Varciel alega que dentista errou ao preencher a data em atestado

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Vereador usou na noite de ontem a Tribuna do Legislativo Municipal para se posicionar sobre a acusação de irregularidade em atestado

Comissão de Ética da Câmara Municipal notificou ontem vereador Varciel Borges (PP). O parlamentar teria prazo de 10 dias para apresentar defesa quanto à acusação de irregularidade em atestado médico entregue na semana passada, mas já se manifestou na sessão de ontem e declarou que o dentista preencheu o atestado com a data errada.

Varciel está sendo alvo de investigação interna na Câmara Municipal após vídeos compartilhados nas redes sociais mostrarem a leitura do atestado médico fornecido pelo parlamentar para justificar a ausência em plenário no dia 13 de abril, junto com fotos do mesmo vereador ao lado do filho na portaria do Beto Carrero World, em Santa Catarina. A viagem com destino ao Sul do país tinha saída marcada no dia 12 de abril.

No pronunciamento em plenário, Varciel argumentou que houve um erro do dentista, por desatenção, na hora de preencher o atestado médico referente à consulta realizada no dia 12 de abril. Por isso, o documento consta a data de 13 de abril. “Para comprovar a lisura de todos os meus atos, estou juntando a declaração do profissional que atestou o equívoco material no momento do preenchimento do documento, onde ele assume toda a responsabilidade pelo equívoco da descrição da data”, disse.

Além disso, o vereador informou que também disponibilizaria o holerite à Comissão de Ética para comprovar o desconto realizado no salário do último mês devido à ausência na sessão do dia 13 de abril. “Não houve recebimento indevido”, reforçou.

Apesar do prazo de 10 dias, Varciel declarou em plenário que toda a documentação já foi protocolada ontem para que os integrantes da comissão pudessem realizar o trabalho de apuração do caso com tranquilidade. O vereador ainda alegou que as acusações feitas contra ele têm cunho político. “Fico assustado com ataques vindos de todos os lados, inclusive de cunho político com o objetivo de me prejudicar”, manifestou.

De acordo com o presidente da Comissão de Ética, vereador Wander Araújo (PSC), a partir das informações prestadas e dos documentos entregues, a comissão poderá dar seguimento à segunda etapa da apuração da denúncia contra Varciel.

Em reunião ontem, Wander pondera que a comissão já definiu a lista de pessoas que serão ouvidas sobre a denúncia e a metodologia de trabalho que será executada no decorrer da investigação quanto à conduta de Varciel.

O presidente da Comissão de Ética adiantou que quatro a cinco pessoas devem ser chamadas para prestar depoimento sobre o caso. A lista deve incluir o dentista que emitiu o atestado ao vereador. O objetivo é identificar se o documento é verdadeiro e depois verificar se existem inconsistências quanto à real condição de saúde do parlamentar alvo da investigação.

Após as diligências e análise dos documentos, a comissão emitirá um relatório que pode indicar o arquivamento da denúncia ou recomendar a abertura de uma Comissão Parlamentar Processante (CPP) para dar sequência à investigação contra Varciel. Se a CPP comprovar irregularidade ou crime de má-fé, o vereador acusado corre o risco de ser cassado e perder o mandato.