Segundo o presidente da companhia, o governo deve enviar projeto para vender ativos à Assembleia de Minas ainda este mês
Após anunciar o maior lucro líquido e melhor resultado da história da empresa em um semestre, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) caminha rumo à privatização. Segundo informou a companhia, o lucro líquido foi de R$ 2,9 bilhões nos primeiros seis meses do ano; o valor é 541% superior aos R$ 454 registrados no mesmo período do ano passado.
O presidente Cledorvino Belini informou que o governo de Minas Gerais deve enviar nesta semana ou até o fim do mês um projeto de lei para a privatização de ativos estaduais à Assembleia Legislativa (ALMG), incluindo a Cemig. A expectativa do governo estadual é arrecadar cerca de R$ 4 bilhões com a venda de suas ações na companhia energética.
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“O governo está trabalhando para apresentar essa alternativa. A privatização da Cemig é uma das condições do Tesouro para liberar os recursos e dar um waiver da dívida (do Estado com a União)”, afirmou Belini. Ele acredita que o projeto deve ser aprovado ainda neste ano.
A Cemig não é a única estatal que deve ser privatizada. O processo ainda inclui outras, como a Copasa e a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), e é uma das exigências do governo federal para a adesão do estado ao regime de recuperação fiscal. Se isso ocorrer, o Estado poderá ficar três anos, com possibilidade de prorrogação, sem pagar a dívida com a União.
“Nossa missão é fazer com que a empresa atenda melhor os clientes, criar valor e torná-la mais sustentável. Se o governo e a Assembleia Legislativa, que representam a população, entenderem que ela deve ser vendida, será vendida uma empresa mais eficiente”, pontuou o diretor de finanças e relações com investidores da Cemig, Maurício Fernandes. Segundo ele, a companhia tem valor de mercado em torno de R$ 23 bilhões.
Na avaliação de Maurício Fernandes, medidas de reestruturação adotadas e a revisão do planejamento estratégico, voltado para a geração de resultados e o foco no negócio central da Cemig, contribuíram para o lucro recorde do primeiro semestre. O diretor citou, por exemplo, a redução de 25% na quantidade de cargos de superintendentes e gerentes e a renovação de 42% das posições de liderança: “A Cemig está conseguindo fazer mais com menos”.
*Com informações do jornal O Tempo.