CIDADE

Novo lockdown vem aí? Taxa de transmissão semanal da Covid-19 sobe para 1,91 em Uberaba

Bruno Campos
Publicado em 04/01/2022 às 06:39Atualizado em 18/12/2022 às 17:30
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Um dos motivos da aceleração da transmissão da Covid-19 é o relaxamento das pessoas com relação às medidas de prevenção (Foto/Arquivo JM)

Flexibilização de decretos referentes à realização de eventos privados e o avanço na vacinação levaram inúmeras pessoas em todo o território nacional a comemorar as festas de fim de ano com as regras contra a Covid-19 de forma mais despreocupada. Medidas como distanciamento social, não aglomeração e uso de máscara facial acabaram ficando em segundo plano em muitos locais, inclusive em Uberaba. 

A atitude, entretanto, tem dado frutos não muito saborosos. Segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a taxa de transmissão semanal da doença apresentou um salto considerável. Há duas semanas, a taxa era de 0,71. Na última semana de 2021 subiu para 1,26 e agora, na primeira semana do ano, atinge a marca de 1,91. Para que fique claro o entendimento, isso significa que 100 pessoas infectadas transmitem a doença para 191 pessoas

A equipe do Jornal da Manhã entrou em contato com o infectologista José Cavani a fim de entender os impactos que uma taxa de transmissão nessa proporção pode causar. O infectologista aponta que, mesmo com o número alto na taxa de transmissão, a quantidade de mortes em decorrência da doença, atualmente, é bem menor do que foi no ano de 2021.

“O que temos visto é que houve um crescimento muito intenso nessa semana nos casos confirmados. Hoje mesmo (segunda-feira, 3), dos casos testados, cerca de 60% foram positivos lá no meu posto, mas a morte está sendo menor. Por mais que fiquemos chateados e assustados com o crescimento no número de casos, a gente ainda não tem o impacto no número de mortes, o que nos deixa um pouco mais aliviados", explica.

Nos três primeiros dias de 2021, a cidade de Uberaba registrou mais de 240 mortes em decorrência da Covid-19 por dia. Já nestes três primeiros dias de 2022, nenhum óbito foi registrado. É possível fazer uma leitura referente ao recorte da região, o comparando com dados nacionais. Desde o avanço da vacinação por todo o território brasilieiro, o número de mortes pelo coronavírus tem diminuído. Em um estudo publicado no último trimestre de 2021, pesquisadores da Agência Francesa do Medicamento e do Seguro Nacional de Saúde apontam que a vacinação reduz em até 90% das mortes.

Na segunda semana de fevereiro do último ano, a taxa de transmissão semanal era de 1,27. Número suficiente para que fosse decretado lockdown não só em Uberaba como também acendeu o alerta para que o governador Romeu Zema decretasse a Onda Roxa em todo o estado em março, diante dos elevados números de mortes e casos graves. Nesse sentido, a dúvida que fica é se Uberaba se prepara para mais uma vez fechar as portas de tudo.

Segundo a assessoria da Secretaria Municipal de Saúde, não. Questionada pelo Jornal da Manhã, a pasta informa que “os decretos permanecem os mesmos, por enquanto. A situação epidemiológica está sob análise e o desdobramento virá de acordo com a necessidade e situação do momento”. 

No período entre os dias 1º de dezembro de 2021 e 1º de janeiro de 2022, segundo informações da SMS, Uberaba registrou 1.485 novos casos de pessoas contaminadas pelo coronavírus.

O aumento aconteceu, principalmente, na última dezena do ano. Confira o comparativo, em números, entre os casos confirmados em 2020 e 2021. Os dados são provenientes dos boletins epidemiológicos divulgados pela Prefeitura de Uberaba.

Dia / Mês

Casos confirmados em 2020

Casos confirmados em 2021

Casos confirmados em 2022

20 de dezembro

12 -

21 de dezembro

22

48 -

22 de dezembro

37

28 -

23 de dezembro

34

35 -

24 de dezembro

44

72 -

25 de dezembro

10

44 -

26 de dezembro

14

13 -

27 de dezembro

14

20 -

28 de dezembro

48

68 -

29 de dezembro

36

112 -

30 de dezembro

62

151 -

31 de dezembro

26

177 -

1 de janeiro -

38

188

2 de janeiro -

59

66

Para que a situação não fuja do controle, é preciso que o uberabense não deixe de seguir as normas sanitárias estabelecidas, já tão conhecidas, a fim de evitar contágio. A higienização adequada das mãos, uso de máscara, distanciamento social e a imunização completa com primeira e segunda dose e, após 4 meses da segunda, a dose de reforço, continuam sendo as melhores alternativas para controle da pandemia e uma futura retomada definitiva da normalidade.

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