CIDADE

Gripe ou Covid: como diferenciar as doenças?

Rafaella Massa
Publicado em 01/01/2022 às 20:29Atualizado em 18/12/2022 às 17:25
Compartilhar

Apesar da pandemia da Covid-19 ter se abrandado com a vacinação, a doença ainda preocupa principalmente no fim de ano, momento em que os números voltam a crescer, devido às confraternizações. Esta preocupação fica ainda maior com o aumento nos casos de gripe, que tem lotado o sistema de saúde nos últimos meses. Portanto, sendo ambos são síndromes gripais, é só o nariz escorrer que vem aquela dúvida: é Gripe ou é Covid?

Segundo o infectologista Rodrigo Molina, não existe uma forma concreta de diferenciar somente os sintomas, e até por isso ambas as doenças são chamadas de síndrome gripal. "Não há muita diferenciação na parte clínica em relação aos sinais e aos sintomas de uma gripe causada pelo vírus Influenza, ou de qualquer outro vírus causador de infecção de vias aéreas, como o coronavírus, que é também um quadro gripal", explica.

Molina conta que a síndrome gripal pode ser causada por vários outros vírus como a Influenza A, a Influenza B, o vírus da Parainfluenza, entre outros vírus respiratórios e o coronavírus. Portanto, a melhor forma de saber qual a doença instalada no sistema é através da realização de um exame.

Fuja das #FakeNews

É verdade que o vírus da Influenza começa mais forte e depois fica mais fraco, ao contrário do coronavírus?

De acordo com Rodrigo Molina, não é verdade. Ele explica que há pacientes na Influenza A ou na Influenza B que podem ter sintomas bem pesados no começo, ou esses sintomas podem começar mais leves e depois eles se tornam mais importantes. "A mesma coisa no coronavírus. Ele pode também começar com sintomas brandos e no final as pessoas vão ter mais mal estar, perder o olfato, perder o paladar, ou pode ser ao contrário. O que a gente chama atenção é que a perda de olfato e paladar foi mais frequente no coronavírus do que a gente via em outras doenças respiratórias", afirma o infectologista.

O que não é a mesma coisa que congestão nasal, que é quando a via nasal fica entupida e congestionada com secreção. Segundo o infectologista, a congestão nasal pode ser comum em qualquer doença respiratória.

Ainda, o médico reforça que é importante, em qualquer sintoma gripal, que o paciente não se automedique, a não ser com um simples analgésico, como uma dipirona para febre e mal estar, umidificação de vias aéreas e se o quadro se estender, procurar um médico para fazer o diagnóstico. Lembrando que todas são transmissíveis pelo ar, então, pode causar mesmo uma epidemia.

H3N2

O novo vírus que tem causado surtos nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rondônia e Rio Grande do Norte também não tem diferenciação com as outras doenças respiratórias. Como Rodrigo Molina explica, tudo é Influenza, o que torna impossível aplicar essa distinção entre as doenças apenas pelos sintomas. "Nós temos uma Influenza A e a Influenza B. A Influenza A pode ser H1N1 e H3N2. O H1N1 é a mesma Influenza que decorreu a pandemia de 2009, que foi a gripe suína. E a gente tem circulando no Brasil desde 2015 a H3N2, que pode causar epidemias também", afirma.

No entanto, a maior transmissibilidade da vacina H3N2 agora se deve ao fato de nós não termos nos imunizado contra ela. "O problema com a H3N2 é que ele não estava na vacina que a gente tomou de Influenza. Então, por isso nós estamos desprotegidos dela. Só está protegido quem fez a vacinação particular, porque ele estava na particular. Por isso que está voltando com mais casos", finaliza o infectologista.

 

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Logotipo JM Magazine
Logotipo JM Online
Logotipo JM Online
Logotipo JM Rádio
Logotipo Editoria & Gráfica Vitória
JM Online© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por