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Dia da Indústria: A posição e o futuro de Uberaba passam pelas indústrias

Luiz Henrique Cruvinel
Publicado em 26/05/2022 às 10:00Atualizado em 18/12/2022 às 19:47
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A força da indústria em Uberaba é sentida sobretudo na geração de emprego, sendo responsável por cerca da metade das vagas abertas em março, por exemplo

O Dia da Indústria é comemorado em 25 de maio, data que faz parte do calendário de celebrações nacionais. Cabe à indústria, setor secundário da economia, transformar matérias-primas em produtos para o consumo diário, propiciando condições de subsistência, comodidade e conforto à sociedade em geral. Se a industrialização no Brasil começou na Era Vargas (1930-1945) e se expandiu no governo presidencial de Juscelino Kubitschek (1956-1961), atualmente constitui um dos grandes alicerces da economia. Afinal, é impossível imaginar a vida em sociedade sem uma industrialização produtiva.

De forma mais geral, as indústrias podem ser divididas entre três tipos: indústrias de base, intermediárias e de bens de consumo. O primeiro refere-se às indústrias pesadas – que são responsáveis por se apropriar da matéria-prima bruta e transformá-la em produtos que serão usados pelas outras indústrias. Já as intermediárias são responsáveis por utilizarem a matéria-prima processada e produzirem peças e ferramentas, necessárias para as indústrias de bens de consumo, que, por sua vez, tratam da produção de diversos produtos que irão para o mercado consumidor.

A história das indústrias brasileiras é bem recente quando comparada com a de outros países, principalmente com os que viveram a Revolução Industrial do século XIX, como Inglaterra e Alemanha. A maior parte das realizações do Brasil se refere à instalação, manutenção, consolidação e integração do parque industrial. Só na década de 90 é que o Brasil, ao notar todo o ambiente ao redor do mundo, decidiu adotar uma política de competitividade. Um exemplo de desenvolvimento do cenário brasileiro foi a produção de petróleo, que triplicou em 1994, impulsionada pela crise de petróleo na década de 70. No início, a economia vivia o período que foi batizado de “milagre econômico”, e, com a ajuda de fortes investimentos do Estado na indústria base, o país atingiu altos índices de crescimento.

Em Uberaba, a condição logística e empresarial da cidade favorece o avanço galopante do setor industrial. A título de exemplo, Uberaba gerou 632 novas vagas de emprego em março de 2022, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), e a categoria com melhor desempenho foi justamente a indústria, com 309 vagas abertas.

Seja no hall de combustíveis, siderúrgicas, alimentícias ou têxteis, a concentração de investimentos industriais na cidade garante a ela posição estratégica e de força no cenário regional, estadual e nacional.

A prefeita Elisa Araújo corrobora a percepção de avanço de Uberaba e avalia que a coerência do Poder Público com o setor é vital para que novos empreendimentos sejam vistos na cidade.

“É muito importante a participação da indústria no crescimento e desenvolvimento da nossa economia, não só dentro dos distritos e minidistritos, como também fora deles, como aquelas que já estão instaladas ou que estão chegando, numa possibilidade enorme, a curto prazo, de implantação de alguns distritos/condomínios industriais privados. São novos segmentos que estão surgindo em pleno desenvolvimento, em várias regiões do país, e Uberaba está também nesse caminho. Parabéns a todos os empreendedores do nosso município que contribuem para o desenvolvimento local e regional”, diz a prefeita.

O secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Inovação, Rui Ramos, também assina a visão de Elisa. “Uma data de extrema importância para Uberaba, o Dia da Indústria. Uberaba é uma cidade pujante, em forte desenvolvimento industrial. Temos quatro distritos industriais, dois minidistritos já em pleno funcionamento e um minidistrito, no Alfredo Freire, em fase de conclusão de projeto e início das obras de infraestrutura, que vai contemplar 77 lotes. Nossos parabéns às indústrias instaladas em Uberaba, que promovem o desenvolvimento econômico e a geração de emprego”, completa.

Secretário de Desenvolvimento Econômico, Rui Ramos

De forma inoportuna, a pandemia de Covid-19 desacelerou o ritmo da produção industrial. Foram meses de insegurança jurídica e sanitária, colocando em cheque e desafiando as articulações empresariais para manter a produção em alta. A observação é do presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Uberaba, Anderson Cadima, que pondera a realidade vivida pelo setor nos últimos anos.

“Sem dúvida nenhuma, todos os setores sofreram muito desde o início da pandemia, e com a indústria não foi diferente. Para termos uma ideia, em fevereiro deste ano, o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, divulgou que, após dois anos em queda, a produção industrial brasileira havia voltado a crescer, tendo uma alta de 3,9% no acumulado de 2021, ou seja, o setor dava uma respirada frente a todas as dificuldades que surgiram desde fevereiro de 2020”, pontua.

Na visão do presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon), Luciano Veludo, é esperado que o mercado seja ágil e se adapte com facilidade aos novos modelos adotados.

Presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon), Luciano Veludo

“Na construção civil, a alta dos insumos é um dos fatores que acionaram o alerta vermelho para o setor produtivo. Mesmo antes da pandemia, a construção civil já vinha sofrendo com dificuldades nos campos de trabalho, porém, vale ressaltar que foi um dos setores que não pararam e este é um dos únicos pontos positivos. Continuamos a passos lentos, vendo as altas dos materiais básicos, as obras retomando aos poucos. A expectativa para um fôlego maior vai depender muito da estabilidade da economia e do equilíbrio dos preços de mercado. Na nossa região, ainda não estamos conseguindo respirar aliviados. Esperamos que em breve o cenário mude e os negócios imobiliários, os canteiros de obras e a empregabilidade voltem a todo o vapor”, declara Luciano.

A análise também é compartilhada pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) Vale do Rio Grande, José Arlênio Veneziano. No entanto, José Arlênio avalia que diversas tratativas positivas foram feitas mesmo no cenário de dificuldade geral. “A Fiemg, com a voz que tem diante do setor industrial, foi a propulsora de novos negócios e de alternativas para o desenvolvimento de cada região de Minas Gerais. O que foi proposto, avaliado, diagnosticado e, principalmente, as parcerias formadas durante o período que talvez tenha sido o mais difícil da história contemporânea nos dão segurança para dizer que fizemos muito, como empresários e como representantes de frentes de trabalho jamais imaginadas para o desenvolvimento econômico de um estado”, completa o presidente da Fiemg/Vale do Rio Grande.

O presidente da Aciu, Anderson Cadima, reforça a potência uberabense e diz que a categoria em Uberaba está focada e motivada para retomar os bons anos de crescimento. “Nas nossas visitas do projeto Missão Empresarial Uberaba, percebemos que nossa cidade demonstra alguns índices um pouco melhores que a grande maioria do país. Talvez pelo tipo de produção, talvez pela facilidade da logística, são muitas variáveis. Precisaríamos de um estudo técnico para analisar. Mas é fato que aqui nossos empresários têm tirado de letra as dificuldades”, argumenta. Cadima finaliza chamando a atenção para a importância do setor industrial no desenvolvimento do país: “É um setor responsável por movimentar parte considerável da economia brasileira”.

Presidente da Aciu, Anderson Cadima Mais conteúdo especial sobre o Dia da Indústria:

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