O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou ontem que o Objetivo de Desenvolvimento do Milênio, que prevê a redução da mortalidade infantil em 75%, será atingido com tranquilidade até 2015, mas alcançar o que estabelece em relação à queda da mortalidade materna, em 75% até o mesmo ano, não será tão fácil. O Brasil registra, até o momento, redução de 46% no total de mortes maternas desde 1990. Entretanto, dados do Ministério da Saúde revelam que os números não têm sofrido grandes alterações nos últimos anos. Em 1996, por exemplo, foram registradas 1.520 mortes, contra 1.540 em 2008. Segundo Temporão, entre os principais problemas estão as discrepâncias regionais, já que o Sul e Sudeste apresentam taxas de mortalidade materna muito mais baixas do que o Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Há ainda a questão da subnotificação – de acordo com o ministro, a melhora do sistema de notificação e de monitoramento dos estados e municípios pode ter influenciado o registro de mortes maternas. “A expectativa é de que o avanço que conseguimos no Sul e no Sudeste possa ser estendido às demais regiões do país”, disse. “É um grande desafio para o SUS [Sistema Único de Saúde] e para a sociedade brasileira”, completou.