Dr. José Fábio Lana
Nas colunas anteriores, falamos sobre a somatopausa, a sarcopenia e a importância da realização de exercícios físicos na terceira idade. Todos estes assuntos foram tratados relacionando-os à osteoporose, que é a perda de massa óssea e a consequente degeneração dos ossos. Esta doença, já considerada um grave problema de saúde pública por atingir 20 milhões de brasileiros, tem incidência maior com o avanço da idade; em mulheres, após a menopausa e em homens, a partir dos 60 anos. A osteoporose tem ocorrência tão comum que já existe até uma data específica para a sua conscientizaçã amanhã, dia 20 de outubro, é o DIA MUNDIAL DE PREVENÇÃO E COMBATE À OSTEOPOROSE. E você, que é portador da doença ou não, sabe como evitá-la e controlá-la?
Quando jovens, nós criamos uma espécie de “reserva de massa óssea”, exatamente por secretarmos uma quantidade elevada do hormônio do crescimento, o GH. Com o passar dos anos, a secreção do GH cai e, consequentemente, a densidade mineral óssea reduz-se, deixando-nos mais propensos a sofrer de osteoporose. Para evitar essa perda da massa óssea, é importante ingerir alimentos ricos em cálcio. Vale também tomar o sol da manhã, uma vez que os raios transformam a vitamina D em D3, que estimula a deposição de cálcio no osso, retirando do sangue e transportando-o para o tecido ósseo.
Uma informação nova e que chama muito a atenção refere-se à ingestão de refrigerantes à base de cola, que podem ser extremamente prejudiciais para os ossos. A bebida, tão consumida no mundo inteiro e comumente substituída por outras opções mais saudáveis, como o leite e os sucos naturais, contém ácido fosfórico, conhecido como o “ladrão de cálcio”. O ácido fosfórico pode se ligar ao cálcio presente em qualquer parte do corpo, formando novos compostos. Com isso, os ossos tendem a se tornar mais fracos e a aumenta a predisposição a fraturas.
E por falar em fratura, é importante esclarecermos que é preciso muito cuidado para evitar quedas em quem sofre de osteoporose. Devido ao fato de o osso já estar enfraquecido e com uma densidade mineral menor, as consequências de um trauma com a ocorrência de fraturas podem ser perigosas. Para se ter uma idéia, estatísticas comprovam que as quedas associadas à osteoporose são responsáveis por grande parte das internações e mortes.
A osteoporose, em si, não causa problemas clínicos e não dói, mas qualquer fratura associada já pode causar problemas mais sérios, prejudicando a locomoção e provocando uma recuperação bem mais lenta. Existem, ainda, medicamentos específicos para controlar a osteoporose, mas, antes de qualquer coisa, é válido zelar pela alimentação e também pela segurança.
Conviver com a osteoporose pode ser muito mais fácil preservando a saúde geral do corpo e o bem-estar. E não podemos nos esquecer de medidas simples como o banho de sol e o sono bem dormido, que também contribuem para a prevenção e o tratamento da doença.