O caso da jornalista Lanusse Martins Barbosa, de 27 anos, que morreu em Brasília após uma lipoaspiração, levantou novamente a questão sobre os riscos do procedimento. Órgãos de saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estão tentando, na Justiça, proibir a realização do procedimento em clínicas de pequeno e médio porte, a fim de evitar casos trágicos como esse. De acordo com o cirurgião plástico Carlos Renato Rodrigues da Cunha, a medida é extremamente válida, pois o procedimento deve ser feito exclusivamente em um hospital. “É fundamental que tenhamos a maior segurança possível para a realização da lipoaspiração. Deve-se optar, sempre, por um ambiente hospitalar, com a presença de uma UTI e, consequentemente, com os suportes necessários para evitar qualquer tipo de complicação”, destaca. O especialista explica, no entanto, que ninguém está 100% livre de sofrer alguma complicação. “É fundamental, durante a consulta médica, que o paciente seja devidamente informado a respeito do procedimento. Não apenas das vantagens, mas sobre as possíveis complicações que podem acontecer em qualquer procedimento médico”. No caso da lipoaspiração, pode ser desde depressões e irregularidade na pele até embolia pulmonar, quando a gordura entra na corrente sanguínea e causa entupimento de alguma artéria, ou problemas como o da jornalista de Brasília. O cirurgião chama a atenção para o problema da banalização do procedimento. “Deve-se procurar sempre cirurgiões plásticos que tenham referência, credibilidade, experiência e, principalmente, bom senso para indicá-las, já que nem todas as pessoas podem se submeter a um procedimento como este”, alerta. Segundo Carlos Renato, a lipoaspiração é indicada para tratar gorduras localizadas e que sejam resistentes a dietas e exercícios físicos. “Os pacientes precisam ter peso ideal individualizado, boa elasticidade da pele e se mostrar emocionalmente preparados para o procedimento. Nunca será realizado com o objetivo de emagrecimento”, frisa o especialista. E para evitar qualquer dor de cabeça futura, o médico recomenda que a pessoa que procura qualquer tipo de cirurgia estética deve ficar atenta à existência do título de especialista do médico que a realizará. “Que tenha registro no Conselho Regional e Federal de Cirurgia Plástica e seja membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, para a realização de todos os exames necessários. Exames estes que podem prever certas contraindicações importantes”, completa.