SAÚDE

Pessoas com doenças do sangue sofrem com atendimento precário

Os brasileiros com algum tipo de doença do sangue – como hemofilia, anemia falciforme e linfoma – enfrentam problemas que vão além ...

Publicado em 10/11/2010 às 11:14Atualizado em 20/12/2022 às 03:16
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Os brasileiros com algum tipo de doença do sangue – como hemofilia, anemia falciforme e linfoma – enfrentam problemas que vão além da enfermidade, como o difícil acesso a medicamentos de alta qualidade e o despreparo de médicos no atendimento primário. A avaliação é do presidente da Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (ABHH), Carmino Antônio de Souza.

Ele afirmou em Brasília, durante o Congresso Brasileiro de Hematologia e Hemoterapia (Hemo 2010), que o paciente mais maltratado no país é o portador de leucemia aguda. “Ninguém quer tratá-lo”, denunciou. Segundo Souza, o tratamento é longo e muito caro e o ressarcimento feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS) aos profissionais é irrisório. “É uma área em que o conhecimento técnico no Brasil é muito bom, mas a condição de tratamento é muito ruim”, disse.

Outra área problemática no Brasil, de acordo com a ABHH, é a dos linfomas, um grupo complexo que inclui mais de 60 tipos de doenças. Souza explicou que já existem medicamentos avançados para o tratamento, mas o remédio, apesar de licenciado pelo governo, não chega ao paciente. “O governo reluta e atrasa demais o desenvolvimento [do medicamento] no Brasil. Não há nenhuma perspectiva de que isso mude em curto espaço de tempo”, afirmou. O caso é o mesmo para portadores de mieloma múltiplo, tipo de câncer que se desenvolve na medula óssea e que tem se manifestado de forma mais frequente com o envelhecimento da população brasileira. “O tratamento é extremamente defasado em sua qualidade, apesar do conhecimento brasileiro e da disponibilidade de drogas no Brasil”, completou.

Dados da ABHH revelam que cerca de 40% da população mundial apresentam algum tipo de anemia, doença provocada por baixa quantidade de ferro no sangue. O diagnóstico e a orientação deveriam ser feitos no atendimento primário, uma vez que a maioria dos pacientes não precisa procurar um especialista. Mas, segundo Souza, não é isso que ocorre no Brasil.

 

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