De acordo com dados da Associação Brasileira de Dislexia (ABD), entre 5% e 17% de pessoas no mundo são disléxicas. Destas, aproximadamente 76% são do sexo masculino e o restante, 24%, meninas e mulheres. Percebida geralmente quando a criança está no início da idade escolar, a dislexia se apresenta como dificuldades ou perturbações relacionadas na hora de aprender a escrever ou ler. Segundo o neuropediatra da UFTM, doutor em Patologia pelo Departamento de Neuropsiquiatria e Psicologia, Alfredo Leboreiro Fernandez, 80% dos portadores de dislexia têm dificuldades no aprendizado da leitura, em diferentes graus. “É preciso que pais e professores fiquem atentos aos sinais de dificuldades na compreensão da leitura de uma criança. Quanto antes for percebida esta dificuldade, mais cedo podemos ajudá-la”, explica o neuropediatra. Essas dificuldades, porém, não significam que a criança tenha deficiências intelectuais, sensoriais, psicológicas nem de carência de estímulo sociocultural. “A dislexia é a incapacidade de compreensão do que se lê, devido à lesão do sistema nervoso central, que, quando não tratada, causa prejuízos emocionais à criança, ao adolescente e ao adulto, como
impulsividade, agressividade, medo, ansiedade e até mesmo a morte, em casos extremos”, explica Tânia Maria Campos, psicopedagoga da ABD. Definida como um distúrbio ou transtorno de aprendizagem na área da leitura, escrita e soletração, a dislexia é o distúrbio de maior incidência nas salas de aula. Pesquisas realizadas em vários países mostram que 17% da população mundial é disléxica. Ao contrário do que muitos pensam, a dislexia não é o resultado de má alfabetização, desatenção, desmotivação, condição socioeconômica ou baixa inteligência, é uma condição hereditária, com alterações genéticas, apresentando ainda alterações no padrão neurológico.