O problema, que afeta uma entre três pessoas acima dos 60 anos e causa, muitas vezes, constrangimento e afastamento do convívio social, tem tratamento. Mas especialistas reforçam que a prevenção ainda é a melhor forma de evitar as consequências da doença e o tratamento adequado é importante no caso de já estar instalada.
A incontinência urinária é resultante da perda involuntária do controle da urina e pode ocorrer tanto em homens como em mulheres ou crianças. Para o urologista Alysson Roberto B. Junqueira Morais, quanto maior a idade maior a predisposição a sofrer de incontinência urinária. “Ela pode acontecer por uma instabilidade do músculo da bexiga, que contrai involuntariamente. A pessoa sente vontade de urinar, mas não dá tempo de chegar ao banheiro. Isso acontece devido à idade e em pessoas que sofreram algum trauma medular, como paraplégicos, seja homem ou mulher”, destaca.
São diferentes as causas do problema, que pode ser transitório, quando surge em consequência de infecções urinárias, constipação intestinal, uso de alguns medicamentos, obesidade e de desordens psicológicas, ou permanente, quando os sintomas sofrem piora progressiva.
No entanto, as mulheres são duas vezes mais afetadas do que os homens pela incontinência, que chega a atingir cerca de 25% delas, especialmente após a menopausa. “É comum a incontinência de esforço, que é causada por deficiência hormonal ou por situações como parto normal ou cirurgias. No homem, quando é feita alguma cirurgia de próstata, o problema pode ser temporário, com duração três a seis meses”, explica o urologista.
Tratamento. O diagnóstico é feito com um exame urodinâmico, que é a avaliação para detectar o grau de incontinência e o tipo de tratamento necessário. “Para as mulheres, os tratamentos mais comuns são as reposições hormonais e uma cirurgia pouco invasiva, que não deixa cicatrizes, chamada Sling. Essa técnica é eficaz em 90% dos casos”, revela Morais. Para homens, a solução cirúrgica é a colocação de um esfíncter artificial.
Medicamentos anticolinérgicos, inibidores da contratura involuntária, também são eficazes. “Mas o melhor remédio ainda é a prevenção, que pode ser feita através de exercícios de fortalecimento da musculatura pélvica e vaginal”, frisa.
Na presença de sintomas sugestivos de incontinência urinária, um médico urologista deve ser consultado para fazer o diagnóstico da causa e individualizar o tratamento, que pode ir desde o emagrecimento até a fisioterapia.