Enxaguantes bucais não eliminam mau hálito, alerta especialista

Renato Ferreira alerta que desnecessário o enxaguante pode ser perigoso

Na hora de comprar enxaguante bucal, a maioria das pessoas fica na dúvida de qual será a melhor opção, já que a variedade de marcas e funções é gigantesca no mercad higiene pós-cirúrgica; flúor, controle de cárie; contra hipersensibilidade etc. Outro objetivo de quem procura a solução é eliminar o mau hálito, mas é provado que em 90% dos casos problema é causado pela presença de bactérias em locais aonde o enxaguante não chega. Além disso, o que muitos não sabem é que essa modalidade complementar de limpeza deve ser prescrita por um dentista. Utilizado em excesso, o enxaguante bucal pode causar câncer. Além da escova de dentes e do fio dental, o uso desses produtos deve ser prescrito pelo dentista, após avaliação das suas reais necessidades. “Uma pesquisa realizada por dois anos com dez pacientes constatou que, após fazer bochechos duas vezes ao dia, preveniram doenças periodontais e da gengiva. Se esse mesmo paciente fazia pouca ingestão de açúcar, também se prevenia contra cárie. Mesmo assim, foi observado que os pacientes ainda não ficavam satisfeitos com os bochechos”, esclarece o odontólogo Renato de Souza Ferreira. Isso porque cerca de 90% das causas de odores bucais são responsáveis por dentes, gengivas e língua, e 10% são estomacais e amigdalianas. Quando desnecessário, o enxaguante pode ser perigoso para a saúde bucal.   Soluções com clorexidina são indicadas para pós-cirúrgicos, mas podem gerar efeitos colaterais, como manchas nos dentes, descamação da mucosa e alteração do paladar. Os que contêm flúor estão indicados para crianças, adolescentes e adultos que possuem cárie ativa. Mas a ingestão desse flúor pode causar fluorose dentária ou esquelética, doenças importantes. Há enxaguantes que possuem álcool, o que não é recomendado para a saúde bucal, já que muitas pesquisas já demonstraram que o consumo exagerado de álcool e cigarro é fator para o desenvolvimento de câncer em pessoas propensas à doença. Por isso, a recomendação é escolher produtos que não tenham o álcool na composição. O dentista reforça que, para se manter uma boca saudável e livre de bactérias, o enxaguante deve ser um método complementar à escovação de dentes, língua e bochechas, e limpeza habitual e diária com o fio dental. “Porque o alimento que fica entre os dentes não é removido de outra forma”, frisa Ferreira.