A professora de Educação Física e pesquisadora Alynne Christian Ribeiro Andaki desenvolveu estudo na cidade de Viçosa
Homens e mulheres disputam de igual para igual os mesmos postos de trabalho. A violência nos fechou dentro de casa e mudou por completo os hábitos de vida, em especial os alimentares. O fast-food tornou-se a solução para a falta de tempo, tomando o espaço do tradicional arroz com feijão de cada dia. Com ele surgiu um problema cada vez mais comum entre crianças e adolescentes, a Síndrome Metabólica, causada pela obesidade. A professora de Educação Física, mestre em avaliação nutricional e pesquisadora Alynne Christian Ribeiro Andaki desenvolveu estudo na cidade de Viçosa (MG) e, entre 70 mil habitantes, analisou em torno de 187 crianças com 10 anos, em escolas particulares e públicas, buscando identificar a situação nutricional dos pequenos brasileiros. O resultado foi alarmante: 21% das crianças têm síndrome metabólica. Ela estima que a média nacional de população obesa é de 10% a 50%. “Esse índice é alto e significa que há crianças com hipertensão, diabetes, que, se não começarmos a tratar e prevenir ainda na infância, podem se agravar na vida adulta”, revela. Ela explica que a síndrome metabólica é um conjunto de fatores de risco duas vezes maior para doenças cardiovasculares e cinco vezes para diabetes tipo 2. Ainda não há consenso, mas os principais critérios avaliados para a presença da síndrome sã circunferência da cintura maior que 94 cm para homens, 80 cm para mulheres, triglicerídios maior que 150 mg/dl, pressão arterial maior que 130/80 mm Hg e glicose elevada em jejum, maior que 100 mg/dL (5.6 mmol/L), ou diabetes tipo 2. Entretanto, entre a população infantil ainda não existem medidas e limites definidos. O objetivo da pesquisa de Alynne é justamente desvendar essa questão e buscar métodos para diagnóstico e prevenção desse problema, que até algum tempo atrás atingia apenas adultos. Por isso, ela busca apoio de escolas, da Secretaria Municipal de Saúde e demais instituições na área de saúde para desenvolver a pesquisa em Uberaba. A ideia é estudar o comportamento alimentar, de atividade física e de lazer, dentro e fora de casa, em cerca de mil crianças entre 6 e 10 anos. A previsão é de que a pesquisa no município comece ainda este ano.