A medida, é considerada pelo órgão e por infectologistas como a mais importante e eficiente na prevenção e controle de infecções
Higienizar as mãos é a principal forma de evitar a contaminação
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) registrou 12 casos de bactérias resistentes a antibióticos em hospitais de
Minas Gerais, de julho de 2009 até julho de 2010. Nenhum dos casos foi provocado pela bactéria KPC ou evoluiu para óbito. Em função do número de casos no Brasil, a Anvisa publicou resolução obrigando o uso de álcool (líquido ou gel 70%) para higienização das mãos nas unidades de saúde de todo o país. As instituições têm prazo de até 60 dias para se adequarem à nova exigência.
A medida, voltada a hospitais, secretarias de Saúde e comissões de controle de infecção hospitalar, é considerada pelo órgão e por infectologistas como a mais importante e eficiente na prevenção e controle de infecções, principalmente pela superbactéria Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC), em ambientes hospitalares ou em qualquer local onde haja atendimento de pacientes, públicos e particulares.
Farmácias e drogarias também passarão a reter a receita médica durante a venda dos antibióticos. Os estabelecimentos terão 30 dias para se adequar à norma. A infectologista Danielle Borges Maciel explica que existem vários germes multirresistentes que podem ser encontrados em qualquer ambiente hospitalar. “Sabemos que nos hospitais ficam os pacientes mais graves, justamente os mais sujeitos a adquirir essas infecções. Por isso, o surto. Toda superbactéria é resistente ao tratamento com antibióticos e justamente por conta do uso indiscriminado de medicamentos”, declara Danielle.
A resolução determina ainda que o álcool gel seja colocado em locais visíveis e de fácil acesso.
A higienização será obrigatória nas salas de triagem, pronto-atendimento, unidades de urgência e emergência, unidades de internação, de terapia intensiva, ambulatórios, clínicas, consultórios, serviços de atendimento móvel e onde forem realizados quaisquer procedimentos invasivos. Deve estar à beira dos leitos dos pacientes, para que profissionais de saúde não deixem o quarto sem higienizar as mãos. A infectologista ressalta que fora dos hospitais a população também pode adotar medidas preventivas, como evitar medicação não indicada pelo médico e a higienização correta das mãos. “Manter unhas curtas e lavar sempre as mãos, principalmente pessoas que têm contato com pacientes internados em hospitais e doentes”, frisa
Danielle. O uso do álcool gel, porém, não dispensa a lavagem das mãos com água e sabão.
Desde julho de 2009 até agora, a Anvisa já registrou casos de superbactéria em sete Estados e no Distrito Federal: 183 no DF, com 18 mortes; 70 em São Paulo, com 24 mortes; 24 no Paraná, 18 na Paraíba, 12 em Minas Gerais, quatro em Goiás, três no Espírito Santo e três em Santa Catarina.