Vereador Cabo Diego Fabiano retirou o projeto de pauta e acerta o envio pelo Executivo para evitar a inconstitucionalidade (Foto/Rodrigo Garcia/CMU)
Projeto tratado como “mãe pâncreas” deve ser encaminhado pelo Executivo para ser discutido na Câmara Municipal de Uberaba (CMU), segundo autor da ideia, o vereador Cabo Diego Fabiano (DC). Ele diz que o objetivo é dar mais qualidade de vida às famílias que têm crianças e jovens com o diabetes tipo 1 (DM1). As ações incluem maior disponibilidade de tempo e recursos na assistência médica.
A matéria foi retirada de pauta para que fossem feitos ajustes até retornar ao plenário por meio do Executivo, justificou o autor. Segundo Diego Fabiano, está sendo alinhado com a Secretaria Municipal de Governo um texto para que a proposição vá à votação sem riscos de parecer de inconstitucionalidade.
“Mãe pâncreas” é um termo carinhoso usado para designar mães de crianças com DM1, que precisam administrar insulina diariamente, como se estivessem substituindo a função do órgão. A expressão destaca a dedicação e o cuidado que essas mães precisam ter para controlarem a doença do filho, desde a administração da insulina até a monitorização da glicemia e a educação sobre a alimentação e atividades físicas.
Pelo menos 600 crianças em Uberaba vivem com o DM1. A informação é do vereador Diego Fabiano, que revelou o fato durante entrevista ao programa Pingo do J, na Rádio JM.
“Hoje, no município, foi distribuído um dispositivo que é ligado ao celular para quando ocorrerem alterações, disparando então um alerta. E, aí, se for durante o período do sono, os pais acordam, têm que fazer cálculos e, às vezes, esperar para alimentar essa criança, para que ela possa voltar a dormir. Mas essas oscilações podem ocorrer duas ou três vezes durante a madrugada”, relatou o vereador.
O parlamentar propõe que seja disponibilizado atendimento nos fins de semana para as famílias que têm crianças com DM1. “Muitos pais trabalham durante a semana e não têm como buscar a medicação, que poderia ser disponibilizada aos sábados. Aliás, tivemos uma resposta da secretária [municipal de Saúde], Valdilene [Rocha], que tem um grupo de servidores que está em treinamento para a ampliação desse atendimento, para fornecer os medicamentos e os sensores”, frisou.
O diabetes tipo 1, também conhecido como diabetes de início juvenil ou diabetes dependente de insulina, é uma doença autoimune crônica onde o sistema imunológico do corpo ataca e destrói as células beta do pâncreas, que são responsáveis pela produção da insulina. Sem insulina, a glicose não consegue entrar nas células para ser usada como energia, resultando em um acúmulo no sangue e, consequentemente, em altos níveis de glicose.
O tratamento envolve a administração diária de insulina, geralmente por meio de injeções ou bombas de insulina, além de monitoramento da glicose, ajustes na dieta e atividade física.