A distribuição de vacinas contra a Covid-19 em Minas Gerais voltou a ser pauta. A Prefeitura Municipal de Uberlândia solicitou ao Governo de Minas esclarecimento sobre a quantidade de doses de imunizantes destinadas ao município. A cidade pediu ao Estado explicações sobre a desproporção entre as quantias enviadas, com base na comparação entre as cidades de Juiz de Fora e Belo Horizonte. Os ofícios foram assinados pelo prefeito Odelmo Leão, endereçados ao governador Romeu Zema e ao secretário de saúde, Fábio Baccheretti. Os documentos ainda solicitam alteração dos critérios de distribuição para sanar possíveis prejuízos à população uberlandense.
Por exemplo, segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano de 2020, Uberlândia tinha uma população estimada em 699.097 habitantes, enquanto a de Juiz de Fora era de 573.285. Mesmo assim, Uberlândia recebeu menos doses de vacinas. Até 19 de julho, Uberlândia tinha recebido 478.595 doses, o que representa 68.459 para cada 100 mil habitantes. Já Juiz de Fora recebeu bem mais, sendo 488.102 doses, o que representa 85.141 para cada 100 mil habitantes.
Já em comparação com a capital, que segundo o IBGE, tem 2.521.564 habitantes, a desproporção apresentada está na 32ª remessa. De acordo com a Prefeitura, Belo Horizonte recebeu 217.768 no último lote, representando 8.636 para cada 100 mil habitantes, enquanto que Uberlândia recebeu 20.114 doses, o que corresponde a 2.877 para cada 100 mil pessoas.
A distribuição desproporcional de vacinas, como já noticiado pelo JM, já gerou reclamações de diversas gestões municipais, conforme a Associação Mineira de Municípios (AMM).
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, em nota, afirmou que os critérios de distribuição de vacinas contra a Covid-19 no estado são definidos pelos grupos elencados para o atendimento conforme previsto no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação do Ministério da Saúde (MS). Dessa forma, o Estado disponibiliza as doses das vacinas para os municípios conforme o quantitativo recebido do Governo Federal para o atendimento dos grupos prioritários elencados em cada remessa da vacina.
Segundo a SES-MG, o percentual de atendimento é o mesmo para todos os municípios do estado. Destacou, ainda, que o percentual é aplicado para cada grupo prioritário elencado para o atendimento e não para a população total do município.
A pasta informou que em cada remessa de vacinas recebida por Minas Gerais, o Ministério da Saúde envia um Informe Técnico com a quantidade de imunizantes disponibilizados para o estado, as estimativas populacionais das cidades e o percentual do grupo prioritário que será atendido. Paralelamente, a SES-MG envia aos municípios os formulários para que adequem as estimativas de cada grupo prioritário na etapa de vacinação, com o objetivo de obter dados que se aproximem ao máximo possível da realidade de cada município.