PMU ignora sindicato e não responde a ofício sobre o reajuste de servidores

Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Uberaba (SSPMU) ainda aguarda resposta da Prefeitura sobre o reajuste salarial da categoria. O prazo inicial para manifestação do Executivo venceu no último dia 16, mas foi prorrogado por mais uma semana, tempo que também se esgotou, sem qualquer retorno.

Diante do silêncio, a diretoria do sindicato avalia encaminhar ao Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG) um estudo técnico independente que aponta a viabilidade financeira do município em conceder, ao menos, a reposição da inflação aos salários dos servidores.

Além da tentativa frustrada de reunião com representantes da Secretaria Municipal de Fazenda, o SSPMU segue cobrando do Executivo uma resposta concreta às reivindicações da categoria. Entre os pedidos estão um reajuste de 15% — sendo 4% de ganho real e 11% de reposição inflacionária —, o aumento do tíquete-alimentação de R$1.040 para R$1.144, além de um abono natalino no valor de R$418,39.

Durante audiência pública na Câmara Municipal, referente à prestação de contas da Fazenda, o congelamento salarial foi questionado por parlamentares. O secretário da pasta, Roberto Tosto, afirmou que a decisão foi baseada em análise do Comitê Gestor da Prefeitura, que apontou queda na arrecadação como principal obstáculo para conceder os reajustes.

Tosto também alertou para o impacto de mudanças na política federal do Imposto de Renda, que, a partir de 2026, podem causar perdas de pelo menos R$50 milhões ao município. Hoje, o imposto de renda retido na fonte dos servidores permanece nos cofres locais, mas, com a nova regra, será repassado à União.

Outro argumento apresentado pelo secretário é o crescimento da folha de pagamento, que passou de R$600 milhões em 2021 para R$1,13 bilhão neste ano. Apesar disso, o vereador Diego Rodrigues (PDT) enviou requerimentos cobrando esclarecimentos sobre o possível reajuste. Na resposta da Prefeitura, segundo ele, não houve definição sobre a possibilidade de reposição inflacionária ainda em 2024.