A movimentação de greve de motoristas e entregadores de delivery começou mais cedo. A partir de terça-feira (29), trabalhadores de aplicativos iniciaram manifestações nas capitais brasileiras para exigir melhores condições de trabalho, aumento da remuneração das corridas e rechaço à alta no preço dos combustíveis. A greve geral, com o nome de “apagão dos aplicativos”, continua marcada para sexta-feira (1º).
Há meses, entregadores de app ventilam a ideia de um breque nacional contra as plataformas em 1º de abril, o “dia da mentira”. Motoristas demandam que a porcentagem de cada corrida que fica com a empresa seja fixa de 20%; que o deslocamento até o passageiro seja pago; que o valor mínimo da corrida seja de R$10 e que se instalem câmeras nos carros das motoristas mulheres.
Pouco tempo depois que a Petrobras anunciou, no último dia 10, mais um aumento no preço dos combustíveis - dessa vez em 19% para a gasolina e 25% para o diesel – a Uber, a 99 e depois o iFood, comunicaram que farão reajustes nas remunerações aos trabalhadores.
A 99 prometeu um aumento de 5% no valor do quilômetro rodado e a Uber, um reajuste temporário de 6,5% por corrida. Acontece que, de acordo com os motoristas, o incremento até agora não chegou.
O iFood anunciou, no último dia 17, que deve reajustar a taxa mínima paga ao entregador a cada corrida. De R$5,31, ela deve passar para R$6. Já o valor pago por quilômetro rodado deve passar de R$1 para R$1,50.
De acordo com a empresa, a mudança passa a valer a partir de 2 de abril, exatamente o dia seguinte ao que já estavam agendadas as greves de entregadores.
Segundo o entregador Abel Santos, a reivindicação tem como objetivo trazer mais dignidade para o trabalhador. Ele explica que, com o aumento da inflação, o poder de compra da população diminuiu consideravelmente. Como alternativa para manter um padrão de vida digno, os entregadores acabam passando mais tempo nas ruas trabalhando.