João Doria também estaria de saída do PSDB, segundo a Folha de São Paulo
Reviravolta no ninho tucano. Na reta final de desincompatibilização de cargos para a corrida eleitoral, o governador do estado de São Paulo, João Doria (PSDB), deve anunciar nesta quinta-feira (31) a desistência da candidatura à Presidência da República nas eleições de outubro deste ano. Ele, inclusive, já teria avisado seu vice, Rodrigo Garcia (PSDB), que pretende permanecer à frente do Estado de São Paulo.
A reunião entre Doria e Garcia teria acontecido no fim da tarde desta quarta-feira (30), no Palácio dos Bandeirantes. A notícia teria deixado Rodrigo Garcia, bastante irritado. Em sinal de protesto, ele pediu demissão do cargo de secretário de Governo. O anúncio de sua desistência deve ser feito ainda nesta manhã, após o chefe do Executivo paulista cancelar dois eventos que teria no período.
Segundo a Folha de São Paulo, Doria teria deixado claro a aliados que também anunciará a desfiliação do PSDB e acusar publicamente caciques do partido, como o mineiro Aécio Neves, de o terem traído e forçado sua decisão.
Doria venceu as prévias do PSDB no fim do ano passado, derrotando o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e também o ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto. Ao longo da pré-campanha, Doria e Leite trocaram farpas e, nos bastidores, a saída do gaúcho do ninho tucano foi cogitada.
Eduardo Leite, inclusive, já deixou o cargo no Rio Grande do Sul e mantém a disposição para concorrer pela faixa presidencial. No início desta semana, ainda, o ex-governador gaúcho revelou que respeita as prévias do PSDB, mas que elas não poderiam servir como correntes para o partido.
A desistência da corrida ao Planalto surpreendeu Rodrigo Garcia, que deixou o DEM no começo do ano passado após o partido rachar na disputa para a presidência da Câmara. Aliados do ex-democrata teriam chamado Doria de traidor e coisa pior, de acordo com a Folha. Como resposta, ouviram que ele manteria a promessa de não disputar a eleição e apoiaria o vice para a disputa do governo estadual, conforme acordado em 2018.
Contudo, a ideia pouco agrada Rodrigo Garcia, uma vez que a rejeição anotada por Doria no estado complica bastante sua situação frente ao principal concorrente ao governo do estado, que é o petista Fernando Haddad.