O animal, que estava machucado e recebia cuidados no local, foi levado por funcionários da administração (Foto/Reprodução)
A remoção de um cachorro ferido de um condomínio no bairro Recreio dos Bandeirantes, em Uberaba, gerou revolta entre moradores. O animal, que estava machucado e recebia cuidados no local, foi levado por funcionários da administração, utilizando o veículo plotado graficamente com indicativos da associação de moradores, para destino incerto. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil (PC) e o animal segue desaparecido.
Uma protetora tomou conhecimento e entrou em contato com o Jornal da Manhã para fazer a denúncia. O cachorro ferido teria sido removido por indivíduos trajando uniforme e utilizando o veículo do condomínio. “O cachorro estava machucado e recebia cuidados dentro do condomínio por uma médica veterinária que mora lá. Na segunda-feira (16), dois funcionários saíram do condomínio, às 14h16, levando o cachorro na Saveiro da Associação, retornando sem o cachorro”, relata uma testemunha.
Outros moradores confirmaram a situação, e uma delas registrou ocorrência policial na Polícia Civil (PC). Inicialmente, o caso não foi enquadrado como maus-tratos, mas, segundo o delegado Elinton Feitosa, a situação, juntamente com outras provas que estão sendo coletadas, pode configurar crime contra o animal. Um inquérito já foi instaurado e está na fase inicial de investigação, com requisição das imagens das câmeras de segurança e oitiva de testemunhas, incluindo a moradora que formalizou a denúncia.
Os funcionários do condomínio ainda não foram ouvidos, o que deve ocorrer ao longo da investigação. Caso fique comprovada negligência, intenção de abandono ou qualquer conduta que configure maus-tratos, os envolvidos poderão ser responsabilizados criminalmente, segundo Feitosa. O delegado ressaltou ainda que, por se tratar de uma situação ocorrida dentro do condomínio, a administração e o síndico também poderão ser responsabilizados, mesmo que não tenham participado diretamente da ação. “Em tese, o prazo legal é de 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias, contudo, vários fatores podem fazer com que o prazo seja dilatado”, afirma.
A PC ainda não conseguiu identificar o paradeiro do cachorro, o que preocupa as pessoas que acompanham o caso. Dessa forma, a reportagem do JM procurou a administração do condomínio para esclarecer a situação, questionando sobre o conhecimento prévio do caso, a decisão pela remoção, o destino dado ao cachorro e se houve contato com órgãos de proteção animal. Até o momento, não houve retorno por parte do síndico. O espaço permanece aberto para esclarecimentos.