GERAL

Mães com doenças infecciosas podem manter amamentação durante tratamento

No Brasil, somente as mulheres portadoras do HIV e do HTLV (vírus T-linfotrópico humano) têm contraindicação para amamentar os filhos

Publicado em 07/08/2017 às 08:12Atualizado em 16/12/2022 às 11:24
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Nem todas as mães com doenças infecciosas devem interromper a amamentação de seus filhos, principalmente nos seis primeiros meses de vida. A contraindicação do aleitamento materno para mães com doenças transmissíveis, como tuberculose, hanseníase, influenza, entre outras, é desnecessária em muitos casos por falta de conhecimento, alerta a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

Aproveitando as campanhas de agosto, considerado o mês “dourado” para a amamentação, a Sociedade atualizou o guia de orientação sobre a relação entre doenças infecciosas e o aleitamento materno. O guia classifica os diferentes tipos de infecção causadas por bactérias, parasitas ou vírus e orienta sobre a conduta que deve ser tomada em cada caso.

O documento foi elaborado pelo Departamento Científico de Aleitamento Materno da SBP, com o objetivo de orientar pediatras e profissionais de saúde na tomada da decisão pela interrupção ou manutenção do aleitamento, nos casos em que a mãe está infectada por alguma doença transmissível.

De acordo com o guia, o profissional de saúde deve se esforçar para que não seja feita a interrupção desnecessária do aleitamento materno.

Segundo Graciete Vieira, uma das pediatras responsáveis pelo guia, no Brasil, somente as mulheres portadoras do HIV (vírus da imunodeficiência humana) e do HTLV (vírus T-linfotrópico humano) têm contraindicação para amamentar os filhos. A restrição para essas doenças, no entanto, não é obrigatória em todos os países, que adotam a recomendação geral da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Cuidados. Doenças como rubéola, caxumba, varicela ou catapora, influenza do tipo 1, estafilococos, streptococos, coqueluche, diarreia e até a tuberculose, entre outras, não apresentam o agente infeccioso no leite humano. Muitas são transmitidas pelo contato da criança com secreções nasais e da pele da mãe. Nesses casos, a mãe pode tomar alguns cuidados para não interromper a alimentação da criança com o leite materno.

Graciete Vieira acrescenta que durante o isolamento da tuberculose ou de qualquer outra doença que demande tratamento específico, como a hanseníase, a mãe pode retirar o leite e oferecê-lo na forma crua, sem o processo de pasteurização, para o recém-nascido. A retirada deve ser feita de sete a oito vezes por dia para que a mãe mantenha a lactação e não cesse a produção de leite depois que estiver curada.

A SBP alerta que mesmo no caso das doenças em que o vírus se aloja no leite, há a possibilidade de manter o aleitamento. É o caso da zika, chicungunya, dengue e febre amarela, por exemplo.

Fonte: Agência Brasil

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