A Polícia Civil prendeu um suspeito pelo ataque hacker ao sistema da C&M Software que atende o Banco Central: suspeito teria confirmado à polícia que entregou a senha de acesso para terceiros, que cometeram a fraude (Foto/Dragos Condrea/iStock)
Policiais prenderam na noite de quinta-feira (3) um suspeito de envolvimento no ataque hacker que desviou ao menos R$ 800 milhões do sistema de pagamentos do Banco Central (BC), que inclui o Pix. O prejuízo estimado pode chegar a R$ 3 bilhões.
Ele trabalhava em uma empresa terceirizada de tecnologia contratada pela C&M Software, que faz a integração de instituições financeiras com o ambiente do Pix e outros sistemas de pagamento como TED e boletos.
A prisão foi feita por agentes do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil de São Paulo. O suspeito é João Nazareno Roque. Há um outro inquérito sobre o caso na Polícia Federal.
A informação sobre a prisão é da Globonews. Segundo reportagem da TV, em um primeiro depoimento à polícia, o suspeito disse que vendeu a chave de acesso ao sistema.
Na terça-feira (1º) à noite, criminosos usaram o login de instituições financeiras para roubar dinheiro de contas que elas mantêm no BC para cumprirem exigências legais.
O ataque só foi divulgado na quarta-feira (2). Hackers teriam desviado recursos de contas de oito instituições financeiras. O ataque cibernético já é considerado o maior da história dentro do Banco Central.
A C&M atende a instituições financeiras de pequeno porte, que não têm acesso direto aos sistemas do Pix. A empresa fazia essa conexão para 22 bancos, instituições de pagamento, cooperativas e sociedades de crédito.
Assim que foi informado do incidente, O BC desligou as conexões da C&M aos sistemas do Pix. O serviço foi restabelecido na manhã de quinta-feira (3), “sob regime de produção controlada”, segundo o BC.
A decisão foi tomada depois que a C&M comprovou ter adotado medidas para dificultar novos ataques a seus sistemas, ainda de acordo com o Banco Central.
O ataque hacker não envolveu vazamento ou extração de dados de instituições financeiras e de clientes, segundo a C&M.
Fonte: O Tempo