De acordo com a Associação Brasileira de Estimulação Magnética Transcraniana, embora seja reconhecida, a técnica não invasiva e que não lesa o cérebro ainda não é muito usada no país
O Conselho Federal de Medicina (CFM) reconheceu a técnica de Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) superficial como ato médico privativo. A técnica passa a ser cientificamente válida para utilização na prática médica nacional, com indicação para depressões uni e bipolar, alucinações auditivas nas esquizofrenias e planejamento de neurocirurgia. Esta é uma nova técnica que tem sido utilizada para o tratamento de transtornos neuropsiquiátricos. Sendo um tratamento experimental, cujo aparelho estimulador cria um campo magnético variável no tempo sobre o crânio.
De acordo com a Associação Brasileira de Estimulação Magnética Transcraniana, embora seja reconhecida, a técnica não invasiva e que não lesa o cérebro ainda não é muito usada no país. No entanto, tem efeitos positivos no tratamento de depressão, de psicoses que provocam alterações auditivas, como esquizofrenia, e no tratamento da dor fantasma.
No Brasil, a pesquisa foi realizada pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. E a Resolução CFM 1.986 de 2012 traz parâmetros para a utilização da Estimulação Magnética. Segundo a Câmara Técnica de Psiquiatria do CFM, a operação dos aparelhos de estimulação deve ser realizada exclusivamente por médico, em razão de sua complexidade. Para a operação dos aparelhos faz-se necessária a capacidade para identificar de imediato as possíveis complicações e para tratá-las.
De acordo com o psiquiatra do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Medicina do Triângulo Mineiro (HC-UFTM), Daniel Hercos, Uberaba possui apenas uma média de seis psiquiatras na ativa para tratar a população, de quase 300 mil habitantes. “Acredito que ninguém esteja atualizado e tenha conteúdo para essa técnica ainda. É uma tecnologia de ponta e que só existe nos grandes centros, como São Paulo e Ribeirão Preto. Infelizmente, ainda é muito fora da realidade da psiquiatria em Uberaba.
O médico destaca que Uberaba ainda não possui nenhum centro qualificado para atender com esta tecnologia de alta complexidade e por isso a farmacoterapia continua sendo o tratamento usual e já confirmado como altamente eficaz para doenças neuropsiquiátricas. E, não havendo resultados, o caso é encaminhado para centro de psiquiatria em São Paulo.