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Em Uberaba, cartela de ovo aumenta mais de 100% em dois anos, conforme produtor

Segundo estudo, no Brasil, o aumento foi de 202,13% acima da inflação oficial

Letícia Marra
Publicado em 03/07/2022 às 19:40Atualizado em 18/12/2022 às 21:47
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Em Uberaba, a cartela com 30 ovos está custando, em média, R$ 22. Em relação a 2020, quando iniciou-se a pandemia, o aumento foi de mais de 100%, segundo o diretor executivo de uma produtora e distribuidora de ovos, Rodrigo Ferreira.

A caixa de dúzia de ovo foi o produto que apresentou a maior variação de preço, com índice de 202,13% acima da inflação oficial, segundo a 3ª edição do “Estudo Sobre Variação de Preços dos Produtos na Pandemia”, realizado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). Pesquisa analisou o preço de 40 produtos, entre março de 2020 e maio de 2022; sendo que a variação média de preços foi de 57,50%, ou seja, 37,60% acima da inflação oficial do período.

Rodrigo explicou à reportagem do Jornal da Manhã que esse aumento é decorrente do aumento do diesel e da falta de insumos, como o milho. “Se comparado ao de 2019, antes da pandemia, o produtor pagava em média R$96,00 a caixa com 360 ovos. Hoje, devido ao aumento de tudo, está pagando em torno de R$180,00”, relata.

Outros produtos também apresentaram diferença significativa na variação de preços em comparação com a inflação, como é o caso do açúcar (kg), com 110,51%, farinha de mandioca (kg), com 104,60%, carne bovina, com 91,11%, e o etanol-álcool combustível (litro), com 64,24%.

Segundo a presidente da Associação de Supermercados do Triângulo Mineiro (Assuper), Juliana Foscarini, Uberaba acompanha a crescente. “O açúcar teve o maior aumento em 2020, subindo 57% em agosto. De lá até hoje, o aumento foi em média de 75%. E o óleo acompanha o mesmo crescimento”, conta.

Além disso, a empreendedora conta que o leite está sendo um dos grandes vilões. Antes comprava o produto por cerca de R$3 e hoje paga R$6,87. “Para o consumidor final está cerca de R$7, mas há alguns burburinhos que podem chegar a R$11”, alerta.

Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). “Na primeira edição do estudo, divulgada em agosto de 2021, o produto que apresentou maior variação de preço, acima da inflação oficial, foi o arroz, com índice de 122,97%. Já na segunda edição, de fevereiro deste ano, o destaque foi a carne bovina, que havia aumentado 133,70%, nessa mesma comparação. Agora temos os ovos (dúzia), como o grande vilão com índice de 202,13% acima da inflação”, ressaltou o presidente executivo do IBPT, Dr. João Eloi Olenike.

Apenas dois itens pesquisados ficaram com a variação de preço menor que o IPCA do período, o caderno 10 matérias (un), com -15,43%, e a caneta esferográfica (un), com -12,92%.

O estudo do IBPT analisou o preço de 40 produtos entre os meses de março de 2020 e maio de 2022, sendo que, a variação média de preços foi de 57,50%, o que representa 37,60% acima da inflação oficial, que foi de 19,9%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para que o repasse para o consumidor não seja tão alto, Rodrigo explica que a alternativa encontrada é diminuir a produção na granja. “Chega uma hora que não tem como aumentar mais, porque se não o ovo vai ficar no mesmo preço que a carne. Então tem que reduzir custos para não repassar para o cliente”, finaliza.

O estudo do IBPT foi feito com base na variação dos preços entre os meses de março de 2020 e maio de 2022, comparando com a inflação oficial, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado e divulgado pelo IBGE, que foi de 19,90% no período de abril de 2020 a maio de 2022.

 

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