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Elisa Araújo, presidente do Sindicato da Indústria de Calçados de Uberaba, diz que as perspectivas das empresas locais seguem o movimento do país
Para 2020, a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) projeta crescer entre 2% e 2,5%. Porém, diferentemente do ano passado, esse número deve ser puxado pelo desempenho no mercado interno, que absorve mais de 85% da produção de calçados, uma produção de mais de 950 milhões de pares por ano. No mercado externo, a percepção é de que o setor deve retomar aos patamares anteriores de embarques para os Estados Unidos, principal destino do calçado brasileiro.
A presidente do Sindicato da Indústria de Calçados de Uberaba (Sindicau), Elisa Gonçalves de Araújo, salienta que a perspectiva local é acompanhar os índices nacionais, em especial porque os empresários contabilizam o reflexo da alta de faturamento do fim do ano, que é uma época importante para o setor. Atualmente existem 10 empresas ativas no Sindicau. “Estamos bastante otimistas. Nos últimos cinco anos o setor sofreu com os impactos da entrada dos produtos chineses e também pela recessão do país. Muitas empresas interromperam as atividades e outras se juntaram. Agora, com esses percentuais, estamos apostando no aquecimento”, avalia.
Conforme dados da Abicalçados, no início de 2019, a meta de crescimento do setor chegava a 3,4%, número que foi revisto para entre 1,1% e 1,8% no último trimestre do ano passado. Em 2019, os embarques cresceram 0,9% em volume e registraram queda do mesmo percentual em receita no comparativo com 2018, em função da guerra comercial entre Estados Unidos e China, país que sobretaxou as importações para seu território. Segundo a entidade, a melhor projeção para os calçadistas está no mercado doméstico, que parece começar a reagir após anos de demanda reprimida. Um incremento das vendas domésticas deve impulsionar o resultado de 2020.
Por outro lado, o desempenho no mercado internacional poderá ser um pouco prejudicado pela crise da Argentina e o retorno da onda protecionista que parece ter invadido o país vizinho, cujo governo alterou o prazo das licenças para importação. Hoje, a Argentina é o 2º destino do calçado brasileiro no exterior.