CIDADE

MPE propõe transação penal para os denunciados por campanha na UFTM

Denunciados são acusados de utilização de espaço público em benefício da campanha eleitoral do então deputado federal Aelton Freitas, em 2018

Thassiana Macedo
Publicado em 29/10/2019 às 23:01Atualizado em 18/12/2022 às 01:27
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Nesta quarta-feira (30), às 17h, o Ministério Público Eleitoral realiza audiência para apresentar proposta de transação penal para o ex-deputado federal Aelton Freitas, ao vereador Kaká Carneiro e à ex-reitora da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Ana Lúcia de Assis Simões. Eles foram denunciados por utilização de espaço público em benefício da campanha eleitoral do ex-deputado. Em 2018, os três teriam discursado e pedido votos no prédio da reitoria da Universidade. 

Segundo o promotor Laércio Conceição Lima, o Código Eleitoral prevê pena de detenção de até seis meses e 30 a 60 dias-multa por este tipo de crime. Por isso, visando à aplicação imediata da pena, o promotor apresentará propostas de transação penal em relação a cada um dos denunciados, substituindo as penas restritivas de direitos por prestação pecuniária e prestação de serviços à comunidade. Laércio Conceição esclarece que caso não forem aceitas as penalidades propostas, a denúncia deverá ser recebida e o processo terá seu seguimento na forma da lei. Por outro lado, havendo aceitação, a proposta será homologada pelo juiz eleitoral.

Neste sentido, o promotor propõe ao ex-deputado Aelton Freitas o pagamento de 200 salários mínimos, o equivalente a R$199.600,00 de prestação pecuniária, dividido em seis parcelas de R$33.266,67, e seis meses de prestação de serviços à comunidade, consistente no cumprimento de oito horas semanais. Para a ex-reitora Ana Lúcia de Assis Simões, a proposta consiste em prestação de serviços e o pagamento de 150 salários mínimos, o equivalente a R$149.700,00, divididos em seis parcelas de R$24.950,00.

Para o vereador Kaká Carneiro, a proposta de transação é o pagamento de 100 salários mínimos, o que equivale a R$99.800,00, divididos em seis parcelas de R$16.633,34, e a prestação de serviço nos mesmo moldes. Além disso, os três não poderão se ausentar da comarca sem autorização judicial e prestar contas de suas atividades.

Pela proposta, todo o recurso proveniente de prestação pecuniária seria destinado ao Sanatório Espírita de Uberaba, entidade filantrópica referência para tratamentos psiquiátricos que passa por grave crise financeira e necessita de doações para atender pacientes de 83 cidades do Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas. Se homologado o acordo, caberá aos denunciados apresentarem mensalmente ao Cartório da 347ª Zona Eleitoral o comprovante do cumprimento das obrigações estabelecidas.

Vereador e ex-reitora confirmam presença, mas desconhecem proposta. O vereador Kaká Carneiro confirma presença na audiência com o promotor Laércio Conceição. Ele comparecerá acompanhado de seu advogado, mas afirma que desconhece qualquer proposta de transação penal relacionada a denúncia do Ministério Público Eleitoral.

Ainda por meio de nota, Kaká Carneiro reiterou que está tranquilo quanto à acusação e convicto de que não cometeu nenhuma irregularidade ao comparecer à reunião na UFTM, a qual participou como convidado. O vereador destaca ainda que prestou todos os esclarecimentos em depoimento à Justiça Federal e que a defesa será apresentada no momento oportuno. 

A ex-reitora Ana Lúcia de Assis Simões também informou ao Jornal da Manhã que recebeu a intimação e vai comparecer à audiência acompanhada de seu advogado para, primeiro, tomar conhecimento da proposta que será apresentada pelo Ministério Público Eleitoral. Procurado pela reportagem, o ex-deputado federal Aelton Freitas não atendeu às ligações.

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