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Estados Unidos fecha fronteiras para brasileiros; países europeus estudam proposta para reabertura

Proibição de entrada em países do exterior e quarentena compulsória são fatores que devem afastar brasileiros de destinos internacionais em 2020

Gisele Barcelos
Publicado em 25/05/2020 às 07:57Atualizado em 18/12/2022 às 06:33
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  Se o dólar alta já seria um obstáculo para  brasileiros viajaram para destinos americanos este ano, agora a barreira foi instituída definitivamente com o anúncio dos Estados Unidos neste domingo (24) de proibir a entrada no país de viajantes com passagem recente no Brasil. A possibilidade de se adotar a medida já havia sido insinuada ao longo da semana pelo presidente Donald Trump em função do aumento do número de casos no Brasil e ontem foi comunicada oficialmente pela Casa Branca.    Leia também: Turismo pós-pandemia - Comece pelo Brasil   Conforme a decisão do governo americano, estão barrados todos os viajantes que passaram pelo Brasil no período de 14 dias antes de buscar a admissão nos Estados Unidos. A restrição passa a valer a partir das 23h59min (horário de Nova York), do dia 28 de maio, próxima quinta-feira.    Somente poderá entrar no país quem possuir residência permanente nos EUA, além de cônjuges, filhos e irmãos de americanos e de residentes permanentes. Estrangeiros que possuem visto específicos, como os que representam outros governos, também estão excluídos da restrição.   Atualmente os Estados Unidos e o Brasil estão ligados com 13 voos semanais. Seis deles têm como destino a Flórida e outros sete, o Texas. Com a decisão do governo norte-americano, as companhias aéreas poderão continuar operando suas rotas, mas os passageiros que se encaixarem na proibição não poderão ingressar nos Estados Unidos. Com isso, pode-se esperar que a partir das próximas semanas o número de voos entre os dois países seja ainda mais reduzido.  

  Países europeus divergem sobre entrada de estrangeiros Por outro lado, na Europa, a posição sobre a reabertura de fronteiras para estrangeiros é divergente entre os países. Uma das propostas levantadas por destinos como a Espanha e o Reino Unido é instituir quarentena obrigatória de 14 dias a todos os passageiros que chegarem em um voo internacional em seus territórios.    A medida poderia atender pessoas com programação de viagens mais longas para estudo ou intercâmbio, mas praticamente inviabilizaria as viagens de lazer. A IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo) se posicionou contrária à medida.   A proposta da IATA é a de impedir, na origem, viagens de quem apresenta sintomas da Covid-19 por meio de medição de temperatura e também abordar os riscos de viajantes assintomáticos, instituindo um sistema de declarações de saúde com possibilidade de rastreamento de pessoas. Entretanto, não há certeza de como funcionaria a fiscalização dos passageiros.   Em contraposição, a Islândia anunciou recentemente que pretende abrir suas fronteiras para o turismo a partir de 15 de junho. Após registrar apenas três casos de coronavírus em maio, o governo do país decidiu que irá tornar o acesso de estrangeiros mais maleável. Para que isso ocorra, o trânsito de passageiros será controlado com uma série de medidas. Os turistas que ingressarem na Islândia serão submetidos a um teste de coronavírus assim que chegarem no aeroporto. Após o procedimento, eles poderão se direcionar ao hotel para aguardar o resultado, que sairá no mesmo dia.   Se der negativo, a pessoa estará livre para turistar. Em caso positivo, uma quarentena de 14 dias será instituída. O isolamento também valerá para quem preferir o distanciamento em vez do teste. Até o momento, a Islândia não divulgou quem custeará os procedimentos. Uma possibilidade é o viajante ter que reembolsar o país.   Um outro cenário, que excluiria tanto o exame quanto a quarentena, seria apresentar um atestado emitido por um médico do país de origem garantindo que o viajante não está contaminado. O certificado deve ser válido no país europeu, mas ainda não foi especificado qual tipo de declaração será aceita.   O governo da Islândia também anunciou que provavelmente os visitantes precisarão baixar o aplicativo Rakning C-19, usado para o rastreamento das pessoas dentro do país. Cerca de 40% dos islandeses já fizeram o download do app. As autoridades fizeram questão de deixar claro que o recurso foi desenvolvido seguindo políticas de privacidade e só será acionado em caso de suspeita a fim de localizar possíveis portadores do vírus.    Apesar do interesse de reabertura para os turistas, o governo do país reforcou que a nova política de ingresso pode ser alterada a qualquer momento caso considere que uma nova onda de contaminação ameaça o país. Até o momento, a Islândia registrou 1.802 casos e 10 óbitos.   *Gisele Barcelos é uma jornalista viajante, apaixonada por pesquisar novos destinos e montar roteiros para aventuras pelo mundo afora. Além do conteúdo para o portal do Jornal da Manhã, é autora do blog Checklist Mundo e do instagram Checklist Mundo, onde compartilha dicas para ajudar todo mundo a viajar mais e melhor.

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