GERAL

Medo do endividamento em futuro incerto faz população procurar empréstimos com taxa de juros menor

Michelle Rosa
Publicado em 30/03/2020 às 19:27Atualizado em 18/12/2022 às 05:21
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Mesmo com a ampliação de linhas de crédito, redução das taxas de juro, interrupção de 60 dias no pagamento do crédito pessoal ou no financiamento imobiliário, anunciadas pelo governo como medidas de combate ao coronavírus, à economia do país e ao cotidiano das pessoas, as financeiras em Uberaba já percebem as mudanças de comportamento dos clientes.

“As vendas caíram consideravelmente nos últimos dias. Aqui oferecemos financiamentos com débito em conta e percebemos que as pessoas estão mais cautelosas na hora de adquirirem o crédito. Nosso produto principal é o crédito pessoal, com débito em conta, principalmente para aposentados, pensionistas e servidores públicos. Sem saberem se vão receber, muitas pessoas estão evitando esse tipo de crédito”, contou a funcionária de uma financeira localizada na rua Tristão de Castro.

Já em outra localizada na avenida Leopoldino de Oliveira, o atendente faz questão de ressaltar que os atendimentos estão ocorrendo por teleatendimento e que os idosos têm procurado por portabilidade e novos contratos. “Hoje, aposentado e pensionistas são o nosso principal público. Percebemos que eles têm aproveitado a redução do teto dos juros do empréstimo consignado para adquirir os créditos, tendo em vista que muito deles são os provedores da casa”, conta

Paulo Caldas de Carvalho trabalha com empréstimos e financiamentos há cerca de 20 anos. De acordo com ele as pessoas estão procurando mais por refinanciamento de veículos e evitando os empréstimos consignados com débito em conta. “Estamos operando com mais dificuldades, o cenário não está favorável e as pessoas não estão se aventurando sem ter grandes necessidades. Percebemos a preocupação do cliente em querer cumprir com os seus compromissos”, explica.

Apesar de o empréstimo consignado ser vantajoso pelos juros mais baixos em relação ao mercado e por ser descontado diretamente em folha de pagamento, o nível de endividamento tem preocupado o governo.

As dívidas de aposentados e pensionistas do INSS no crédito consignado bateram recorde em 2019. Ao todo, foram R$ 138,7 bilhões, 11% de aumento em relação ao ano anterior. 

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