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Coaches: entenda a "terapia" e como ela é vista por especialistas

Avalanche de profissionais que oferecem técnicas para alcançar o sucesso gera memes e desconfiança no Brasil

Publicado em 21/10/2019 às 17:38Atualizado em 18/12/2022 às 01:13
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No Brasil, um número crescente de brasileiros se voltam para uma mesma área: o coach. A International Coaching Federation (ICF) estima que só nos últimos quatro anos o número de coaches cresceu 300% no país. A atividade já foi criticada por autoridades respeitadas, como representantes do Conselho Federal de Psicologia.

Em teoria, coaching nada mais é que um método prático e rápido para o alcance de objetivos pontuais em determinado espaço de tempo. Ou seja, o papel de um coach é ajudar o cliente (o coachee) a traçar uma meta e encontrar o caminho mais apropriado até ela, mas sem dar as respostas.

“Um coach não é diretivo, e sim questionador. Ajuda o outro a encontrar respostas e a criar um plano de ação para conquistar determinado objetivo”, conta Marcus Marques, sócio-diretor do Instituto Brasileiro de Coaching (IBC).

Sob essa ótica, fica fácil entender o significado do term em inglês, coach é o “treinador”, aquele que, no esporte, justamente ajuda o atleta a se manter na linha. Existem diversas modalidades, divididas em dois grandes grupos: para os negócios e para a vida.

A ICF prevê que esse mercado movimente mais de US$ 2,35 bilhões anualmente. Paulo Vieira, por exemplo, cobra R$ 20 mil reais por hora. Dados da ICF apontam que, na América Latina, os coaches recebem média de US$ 156 por hora e têm renda de aproximadamente US$ 27 mil por ano.

Polêmicas

O raciocínio de que cada um é responsável por tudo que ocorre na própria vida abre precedentes para a meritocracia em sua pior forma. Em um vídeo que viralizou na internet, por exemplo, Andressa Mendes, que se identifica como coach, argumenta que, durante o Holocausto, os judeus “simplesmente se entregavam porque não tinham um objetivo maior”. Ao ser confrontada pela Comunidade Judaica do Rio de Janeiro, a palestrante se defendeu dizendo que a gravação é “um vídeo muito mal editado que resultou em uma situação ruim”.

Regulamentação

Assim como outras profissões, o coaching não é regulamentado em nenhum lugar do mundo, o que divide as opiniões de quem trabalha na área. Enquanto alguns acreditam que a regulamentação vai “engessar” a atividade, outros afirmam que seria uma maneira de garantir a prática adequada.

Aos olhos da psicologia

E como fica essa concorrência? O Conselho Federal de Psicologia, em nota do início do ano, afirmou que psicólogos podem e devem utilizar métodos de coaching, desde que sua execução não desrespeite o Código de Ética da profissão.

Já a Associação Brasileira de Psiquiatria declarou, em maio, que “muitos desses profissionais que se apresentam como coaches prometem a cura para doenças sérias, que necessitam de tratamento multidisciplinar adequado, o qual deve ser feito por médico psiquiatra em conjunto com psicólogos, enfermeiros, assistentes sociais, nutricionistas, fonoaudiólogos e outros profissionais da área de saúde”.

*Com informações Revista Galileu 

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