AMPLIAÇÃO

Teste do Pezinho em Minas Gerais é ampliado e vai rastrear até 60 doenças raras

Até então, o exame realizado nos primeiros dias de vida era capaz de detectar até 23 doenças

Raquel Penaforte/O Tempo
Publicado em 30/04/2025 às 14:37
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Subiu para 60 o número de doenças raras rastreadas no teste do pezinho realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Minas Gerais. O exame, que é feito nos primeiros dias de vida, retira algumas gotas de sangue do calcanhar do recém-nascido, e, através do rastreio e diagnóstico, pode salvar vidas. Até então, no estado só se rastreava 23 doenças. “É um avanço cheio de desafios, mas que com certeza, vai mudar a vida de muita gente”, comemorou o governador do Estado, Romeu Zema (Novo).

Para ampliar o teste, o governo investiu R$ 64 milhões, e através de uma parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), todos os testes feitos em centros de saúde do Estado serão analisados pelo Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico da Faculdade de Medicina (Nupad). Caso seja detectada alguma doença rara, a família do paciente receberá as orientações necessárias para tratar a condição, como explica o secretário de saúde Fábio Bacchereti.

“Deu-se o diagnóstico de doença rara, o caso vem para a UFMG para iniciar produção do medicamento, pois tudo tem um prazo. Depois, a família é encaminhada a um dos centros de referência de doenças raras do estado onde passa a ser acompanhada por uma equipe multidisciplinar”, informou. 

Atualmente, são referência em doenças raras em Minas Gerais os hospitais João Paulo II e Júlia Kubitschek, ambos da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig) e o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), além do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF e do Centro de Especialidades Multiprofissionais Dr. Gê (CEM), em Bom Despacho. A ideia é que outros centros sejam criados para evitar o deslocamento à capital.

“Queremos regionalizar os centros de referência em todos os municípios do Estado para que uma família de Araguari, no Triângulo Mineiro, por exemplo, não tenha que vir até Belo Horizonte, no Hospital das Clínicas. Estamos capacitando essas equipes para que outros centros sejam os de referência aos pacientes”, completou. Os novos centros devem funcionar no Hospital Universitário Clemente de Faria, em Montes Claros, gerido pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), e outros hospitais universitários federais no estado, geridos pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). Segundo o secretário, o prazo para o início das operações nesses locais é até o final do ano. 

Lei Federal

Desde 2021, o Governo Federal instituiu a Lei 14.154 que determinou a ampliação do número de doenças rastreadas pelo teste feito através do Sistema Único de Saúde (SUS). Até então, apenas seis doenças eram rastreadas.

Em 2006, o teste era capaz de rastrear Fenilcetonúria Hipotireoidismo Congênito. Em 2013, passou a rastrear também doença Falciforme, Hemoglobinopatias e Fibrose Cística, e em 2014, doença Hiperplasia Adrenal Congênita e Deficiência de Biotinidase. Em 2020, o rastreio subiu para 20 doenças, e em 2023, para 23. Agora, são 60.

Teste do Pezinho

O exame está disponível em todos os municípios de Minas Gerais por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). A coleta do sangue para a triagem neonatal deve ser realizada entre o terceiro e o quinto dia de vida do bebê. 

São 4.109 postos de coleta em funcionamento, sendo 4.014 Unidades Básicas de Saúde (UBS) e 95 maternidades cadastradas, voltadas especialmente para recém-nascidos internados em unidades com UTI Neonatal.

Testes e diagnósticos

Entre 1994 e 2024, o Nupad fez a triagem de 7 milhões de recém-nascidos. São cerca de mil testes realizados por dia. Mais de 8 mil mineiros com doenças detectadas pelo Teste do Pezinho seguem em acompanhamento na rede estadual de saúde.

Fonte: O Tempo

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