Em 2013, como forma de garantir o ressarcimento dos valores, os principais envolvidos tiveram os bens bloqueados por ordem judicial. O promotor Emanuel Carapurnala não quis comentar
Arquivo/Jairo Chagas
No ano passado, vários computadores e documentos fiscais foram apreendidos da empresa em Uberaba
Coordenadoria Regional das Promotorias de Justiça da Ordem Econômica e Tributária do Triângulo e Noroeste e da Promotoria de Justiça da Ordem Econômica e Tributária da Comarca de Uberaba denunciaram doze empresários com atuação no ramo de cosméticos por crime de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Os prejuízos podem chegar a R$ 36 milhões. A peça assinada pelos promotores Genney Randro de Moura e Emanuel Carapurnala foi ajuizada na 2ª Vara Criminal. A quadrilha foi desarticulada por meio da Operação Sudeste desencadeada em março do ano passado, nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. As diligências tinham como objetivo desarticular quadrilha acusada de dar prejuízo de mais de R$80 milhões ao fisco, nos segmentos de cerveja, móveis, embalagens, cosméticos e perfumaria. Em Uberaba, o trabalho foi feito pela Polícia Civil e integrantes da Secretaria da Receita Estadual. O grupo esteve na sede da empresa de cosméticos, situada na avenida Deputado José Marcus Cherém, no Parque São Geraldo, para o cumprimento de um mandado de busca e apreensão. No local foram apreendidos computadores e documentos fiscais, remetidos à Receita Estadual. De acordo com a denúncia, os indiciados sonegavam o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A prática teria ocorrido em oito lojas das duas redes do grupo, instaladas em Uberaba e Uberlândia, utilizando equipamentos emissores de cupom fiscal adulterados que permitiam a omissão das operações de vendas que eram efetivamente realizadas. Entre os denunciados, pelo menos dois são operadores do grupo enquanto o restante foi utilizado como laranja no esquema, segundo a peça ministerial. Conforme o promotor Genney Randro Moura, titular da coordenadoria regional, o grupo empresarial vinha sendo acompanhado há três anos, por envolvimento com uma quadrilha que utilizava notas fiscais frias de empresas de fachada em vários estados. Ainda segundo ele, as fraudes que somam em torno de R$ 36 milhões equivale a 94% de toda a arrecadação do município de Uberaba, referente ao mês de janeiro. No ano passado, como forma de garantir o ressarcimento dos valores, os principais envolvidos tiveram os bens bloqueados por ordem judicial. O promotor Emanuel Carapurnala não quis comentar sobre a denúncia.