O aumento nas vendas reflete o agravamento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Foto: Ilustrativa)
Com o aumento preocupante de casos graves de doenças respiratórias já registrados, as vendas de medicamentos para síndromes respiratórias cresceram em Uberaba. Segundo o farmacêutico Afrânio Nakamura, houve um aumento de cerca de 20% nas vendas desses medicamentos em maio, comparado aos meses anteriores.
Ao Jornal da Manhã, Nakamura explicou que a procura por medicamentos respiratórios costuma crescer durante o outono, mas que, em 2025, a demanda já superou a dos anos anteriores. “Antes ficava em torno de 13% e 15%. Este ano já tivemos crescimento de 20% nas vendas.” Segundo ele, os medicamentos mais utilizados nesse período são antibióticos, corticoides, analgésicos e xaropes, que auxiliam no controle dos sintomas.
O aumento nas vendas reflete o agravamento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) registrados em todo o país. Em Minas Gerais, até o final de abril, já haviam sido registradas mais de 26 mil internações por SRAG e 397 mortes, com maior impacto entre crianças de até 1 ano e idosos com mais de 60 anos. Diante desse cenário, o governo decretou situação de emergência em saúde pública no dia dois deste mês. Minas decreta situação de emergência devido ao aumento de casos de doenças respiratórias
A medida tem validade de 180 dias e autoriza ações imediatas, como a contratação de profissionais da saúde, abertura de leitos extras e aquisição de insumos.
Apesar da situação no estado, Uberaba optou por não decretar crise emergencial. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o monitoramento feito pela Vigilância Epidemiológica aponta estabilidade nos casos de síndromes respiratórias em relação ao ano passado, com redução inclusive na quantidade de pacientes que necessitam de internação em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Ainda assim, o município adotou medidas preventivas, como a capacitação dos profissionais de saúde e o reforço da campanha de vacinação contra a influenza,
Uberaba aplica mais de 5 mil doses de vacinas no Dia D contra a gripe com o objetivo de evitar agravamentos e complicações.
Reajuste de preços
Apesar do aumento nas vendas, o reajuste nos valores dos medicamentos em 2025 não está diretamente ligado ao crescimento dos casos respiratórios, segundo Nakamura. Para o farmacêutico, trata-se de um ajuste anual já previsto no setor.
De acordo com índice aprovado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), o reajuste médio autorizado neste ano foi de 3,83% — o menor dos últimos oito anos e inferior à inflação acumulada de 5,06%. O percentual define o teto máximo para os preços de mais de 13 mil medicamentos, mas não implica aumento automático para o consumidor, que ainda pode encontrar descontos no varejo.
A regulação busca garantir o equilíbrio entre o acesso da população aos medicamentos e a sustentabilidade do setor farmacêutico, evitando aumentos abusivos e assegurando o fornecimento dos produtos essenciais.