Mesmo um ano após estourar a crise econômica mundial, empresários locais ainda sofrem com a falta de crédito para investir em seus empreendimentos. Segundo a presidente do Sindicato da Indústria do Calçado em Uberaba, Alexandra Pereira Maciel, apesar de a taxa básica de juros ter apresentado menor nível registrado (8,75% ao ano), as linhas de crédito para capital de giro não apresentaram diminuição significativa, o que acaba levando o empresário a buscar outros meios para levantar capital para investimento. “Muitas empresas que passaram por problemas financeiros estão com dificuldade na retomada dos negócios, pois os juros dos bancos não são satisfatórios e, devido à crise, há a questão de estarem restringindo esse tipo de crédito com margem de erro. No fim, somos obrigados a recorrer às financeiras, onde os juros são maiores”, explica. Dados do Banco do Central apontam que a taxa média para capital de giro prefixado é de 1,7% a 1,8% nos dois bancos do governo federal. Segundo Alexandra, ainda há o agravante de a importação ter crescido, principalmente de indústrias chinesas, o que acaba gerando concorrência desleal com as indústrias internas. “Com a queda do câmbio, a importação aumentou cerca de 40%, o que prejudicou o negócio nacional”, afirma. “Temos ainda a perspectiva de crescimento do mercado neste segundo semestre, mas ainda há muito caminho a percorrer”, conclui.