SAÚDE

Hospital de Clínicas faz hemogramas e transfusões em bebês antes de nascer

Marconi Lima
Publicado em 23/04/2025 às 19:18
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Procedimento invasivo é guiado por ultrassom para coletar amostra de sangue do cordão umbilical (Foto/Divulgação)

Procedimento invasivo é guiado por ultrassom para coletar amostra de sangue do cordão umbilical (Foto/Divulgação)

Duas pacientes gestantes, acompanhadas pelo Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Triângulo Mineiro (HC/UFTM), passaram por procedimentos raros e delicados: a cordocentese seguida de transfusão fetal intrauterina.

Especialista em medicina fetal, o ginecologista e obstetra do HC/UFTM Alberto Peixoto explica que a cordocentese é um procedimento invasivo, guiado por ultrassom, para coletar uma amostra de sangue do cordão umbilical.

“A partir dessa amostra, a gente realiza os exames necessários. Nos casos em questão, a coleta foi importante para avaliar o hemograma do feto e identificar o grau de anemia fetal”, completa Peixoto.

“Quando a gente recebe a notícia de que vai precisar fazer uma transfusão num bebê tão pequeno, tomamos um susto. Mas depois a gente coloca a cabeça no lugar, busca entender o procedimento e percebe que os resultados superam os riscos. Vamos seguir acompanhando semanalmente a gestação e vai dar tudo certo”, afirmou a paciente Brenna Nunes, que está esperando Cecília, de 28 semanas. “Agora estou bem e minha neném também. Isso me deixa mais feliz e tranquila”, relata Eliana Souza, que está esperando Mariana, de 33 semanas.

As indicações para a realização das cordocenteses foram distintas. “Um caso foi por um problema chamado isoimunização materno-fetal, que é a incompatibilidade entre o sangue da mãe e o do feto. Isso acontece quando a mãe é RH negativo e o feto é positivo, o que causa a destruição dos glóbulos vermelhos do sangue do feto, gerando a anemia, que, quando intensa, pode causar a insuficiência cardíaca e levar ao óbito. Então, para garantir as melhores condições ao feto, foi realizada, com sucesso, a transfusão intraútero para correção”, explica Alberto Peixoto.

O especialista comenta que o segundo caso foi causado pela infecção por parvovírus B19. “Após a transmissão vertical, esse vírus causa anemia no feto ao bloquear a produção dos glóbulos vermelhos pela medula óssea e pelos outros órgãos responsáveis pela eritropoiese (a produção dos glóbulos). Também tivemos uma transfusão realizada com sucesso”, afirma Peixoto.

Ainda conforme Alberto Peixoto, esses procedimentos são raros graças ao tratamento precoce com imunoglobulinas para a correção da isoimunização materno-fetal e pelo fato de a incidência de infecção aguda pelo parvovírus durante a gravidez ser baixa.

“Os procedimentos foram interessantes e gratificantes e envolveram um grande trabalho coletivo da nossa equipe de Enfermagem do Bloco Cirúrgico, da UTI Neonatal presente o tempo todo para o caso de alguma urgência, das equipes de anestesiologia e da medicina fetal e da equipe do Hemocentro da nossa Regional, além do ginecologista obstetra Caetano Galvão Petrini”, finalizou Alberto Peixoto. 

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