SAÚDE

Preconceito ainda prejudica pesquisa clínica no Brasil

Hélio Pinczowski diz que a desinformação sobre o assunto é o principal motivo para o preconceito e uso pejorativo da palavra cobaia

Publicado em 03/08/2018 às 10:18Atualizado em 17/12/2022 às 04:33
Compartilhar

“Uma forma de ajudar a medicina e aqueles que estão passando pelo mesmo problema que o meu”. Foi assim que o ex-maratonista de 68 anos, Aparecido Soares de Souza, vítima de um câncer avançado na bexiga, encarou a oportunidade de participar de um protocolo de pesquisa clínica.   Pesquisa clínica, protocolo de pesquisa, estudo clínico, protocolo clínico... Todas essas expressões significam uma única idéia, isto é, um estudo científico realizado para verificar como uma nova medicação ou um novo procedimento (ou ainda medicamentos) funcionam em seres humanos.   O principal objetivo da pesquisa é avaliar a segurança e a eficácia das novas medicações que estão sendo estudadas, ou seja, encontrar a melhor forma de tratar o câncer e, consequentemente, ajudar pacientes que lutam contra uma doença mais avançada.   “Foram 3 protocolos quimioterápicos diferentes e nenhum obteve o resultado esperado. A partir disso o meu médico oncologista conversou comigo e explicou sobre um novo medicamento que estava sendo testado em humanos. Ele me convidou para participar do protocolo de pesquisa e eu aceitei” afirma Aparecido.   Para que o paciente possa se beneficiar da pesquisa clínica é preciso passar por rígidos critérios de inclusão e exclusão.   Após esta etapa dos critérios, o paciente recebe o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para leitura e esclarecimento de dúvidas. Com mais esta etapa vencida, o paciente assina o TCLE e iniciam-se os procedimentos da pesquisa, como exames laboratoriais, de imagem e, posteriormente, o tratamento proposto.   De acordo com o médico oncologista, responsável pelo setor de Pesquisa Clínica do Centro de Estudos e Pesquisas de Hematologia e Oncologia da Faculdade de Medicina ABC – CEPHO-FMABC, Hélio Pinczowski ainda hoje, a desinformação sobre o assunto é o principal motivo para o preconceito e uso pejorativo da palavra cobaia.   “Infelizmente, o conceito "cobaia" ainda é muito presente. É fundamental ressaltarmos que, os tratamentos quimioterápicos disponíveis hoje, são resultados de pesquisas que ocorreram anos atrás. Nestes estudos, para que os resultados fossem obtidos, muitos pacientes participaram contribuindo assim com a evolução da medicina e seus tratamentos“ explica Hélio. 

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Logotipo JM Magazine
Logotipo JM Online
Logotipo JM Online
Logotipo JM Rádio
Logotipo Editoria & Gráfica Vitória
JM Online© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por