DOENÇA

Casos de câncer de próstata tendem a subir no país

Na previsão do Inca para o triênio 2023- 2025, MG é o segundo Estado com mais casos estimados; maior fator de risco é a idade

O Tempo/Jonatas Pacheco
Publicado em 07/06/2024 às 08:59
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O câncer de próstata acometeu 6.742 pessoas em Minas Gerais no ano passado, o maior número desde 2019. Em todo o país, foram 40.753 casos da doença, o segundo tipo de câncer que mais atinge homens no mundo – atrás apenas do de pele não melanoma. A tendência é de alta nos casos, estima o Instituto Nacional de Câncer (Inca): a cada ano entre 2023 e 2025, são esperados 71.730 novos diagnósticos – sendo 7.970 deles em Minas, o segundo Estado com mais casos prováveis – e cerca de 16 mil óbitos pela doença no Brasil (veja mais dados abaixo).

De acordo com o Inca, o envelhecimento populacional é a principal explicação para esse aumento, já que, mais do que qualquer outro tipo, o câncer de próstata é considerado um câncer da terceira idade. “Cerca de 75% dos casos novos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos”, segundo estudo do instituto.

A relação feita pelo Inca entre envelhecimento e elevação nos casos de câncer de próstata encontra respaldo em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): no país, o total de pessoas com 65 anos subiu 57,4% em 12 anos: de 14.081.477 em 2010 (7,4% da população total) para 22.169.101 em 2022 (10,9% da população total).

O principal fator de risco da doença é a idade, afirma Itamar Bento, da divisão da detecção precoce do Inca. “Conforme o homem vai envelhecendo, o reparo celular não tem a mesma eficiência quanto na juventude”, detalha. E acrescenta: “No Brasil, de cada dez novos casos, nove são em homens com mais de 55 anos”. 

João Batista Alves de Macedo, de 72 anos, só ficou fora dessa maioria porque descobriu a doença quando tinha 50 anos. E o diagnóstico precoce confirma outra estatística importante: quando o diagnóstico é na fase inicial, a chance de cura é de 90%, dizem especialistas. E foi o que ocorreu com o agora idoso. “A doença estava no início, e eu não precisei de quimioterapia e radioterapia. Hoje, 22 anos depois (do diagnóstico), estou curado e muito bem. Apesar de eu ter descoberto o câncer de próstata com apenas 50 anos, foi bom, pois (a doença) estava no início. Hoje, 22 anos depois do diagnóstico, tenho o privilégio de contar a minha história de cura”, comemora o comerciante, morador do bairro São Francisco, na Pampulha, em BH.

Atenção a possíveis sintomas é essencial

Homens devem ficar atentos a sinais como dificuldade de urinar e mudanças na micção, alerta Itamar Bento, do Inca. Mas ter esses sintomas não significa que o homem esteja com câncer, já que alguns desses sinais aparecem também em doenças não malignas, como hiperplasia benigna da próstata e prostatite, detalha o especialista.

No caso do comerciante João Macedo, a observação foi essencial. “Eu me queixava com minha esposa de dores no canal da urina, e ela me falava para ir ao médico. Depois de muito ouvir, fui ao urologista, que fez os exames e confirmou que eu estava com câncer de próstata”, detalha.

Ele se assustou com o diagnóstico, mas confiou na cura: “Tive medo de morrer, mas não deixei isso me abalar. Após a cirurgia, coloquei na cabeça que eu seria curado, porque adoro a vida”, ressalta.

Pelo mundo

As mortes pela doença no mundo devem subir 85% no intervalo de duas décadas: dos 375 mil óbitos de 2020 para quase 700 mil em 2040. Já os casos devem mais do que dobrar no mesmo período: de 1,4 milhão em 2020 para 2,9 milhões em 2040. Os dados são de estudo da “The Lancet”, revista inglesa sobre medicina editada desde 1823.


 

Fonte: O Tempo

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