FUNCIONALISMO

Governo Zema diz que não há previsão de reajuste salarial de servidores em 2025

Audiência pública na ALMG cobrou divulgação de percentual acumulado de remuneração do funcionalismo público estadual

Leticya Bernadete/O Tempo
Publicado em 15/04/2025 às 14:40
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Em audiência, secretário de Fazenda, Luiz Cláudio Gomes, se limitou a dizer que Estado não deverá dar reajuste aos servidores em 2025, mas não respondeu sobre índice acumulado (Foto/Guilherme Bergamini/ALMG)

Em audiência, secretário de Fazenda, Luiz Cláudio Gomes, se limitou a dizer que Estado não deverá dar reajuste aos servidores em 2025, mas não respondeu sobre índice acumulado (Foto/Guilherme Bergamini/ALMG)

A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizou, nesta terça-feira (15 de abril), uma nova audiência pública para cobrar do governo o cumprimento da lei que obriga o Poder Executivo a divulgar o percentual acumulado do índice de revisão geral anual da remuneração dos servidores. No encontro, o secretário de Fazenda do governador Romeu Zema (Novo), Luiz Cláudio Gomes, se limitou a dizer que o Estado não deverá dar reajuste aos servidores em 2025, mas não respondeu sobre o índice acumulado.

A Lei 24.260 prevê a divulgação do percentual até o último dia útil do mês de janeiro de cada ano. Desde sua publicação, em 2022, o Governo de Minas não teria publicado os dados previstos na legislação. De acordo com o deputado Sargento Rodrigues (PL), presidente da Comissão de Segurança Pública, este é o quinto encontro que a Assembleia promove para cobrar essas informações da gestão de Zema. Foram duas em 2023, uma em 2024 e outras duas em 2025, contando com a realizada nesta terça.

Entretanto, conforme o parlamentar, o Governo de Minas estaria se recusando a divulgar os dados porque essas informações criariam uma expectativa de pagar a recomposição. Rodrigues lembra que o projeto que deu origem à lei foi aprovado por unanimidade na Casa Legislativa, inclusive, com votos favoráveis de deputados da base de Zema.

Representando o Governo de Minas, o secretário de Fazenda, Luiz Cláudio Gomes, lembrou que o estado está no Regime de Recuperação Fiscal (RRF) e deve, em breve, aderir ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag) para quitar a dívida de Minas com a União.

“Não temos condição orçamentária-financeira e não temos previsibilidade de fazer reajuste anual no ano de 2025. Essa é a resposta do governo”, disse Gomes.

Em seguida, o Sargento Rodrigues solicitou que o secretário lesse a resposta oficial do Estado às solicitações da Assembleia.

“Em atendimento ao disposto a lei 24.260, informamos que, até o momento, não é possível estabelecer alíquotas de reajustes gerais para 2025, uma vez que é preciso manter equilibrado o caixa do Estado de Minas Gerais para garantir as conquistas dos servidores nos últimos anos, além de manter os salários e verbas em dia”, complementou o secretário de Fazenda.

Conforme o Sargento Rodrigues, essa resposta não atenderia o que foi solicitado pelos deputados, que cobravam, na audiência, o cumprimento da lei com a divulgação do percentual acumulado do índice de revisão geral anual da remuneração dos servidores. Por conta da ausência de esclarecimentos do Governo de Minas, o deputado prometeu uma obstrução aos projetos encaminhados por Zema, inclusive aqueles necessários para que o estado ingresse no Propag.

“O único mecanismo que me restou é obstrução total a qualquer projeto do governo. Se pautar, eu obstruo, porque não há como conversar com esse governo que insiste em querer mentir para a Assembleia, em querer não cumprir uma lei que o próprio governo votou.”

O parlamentar disse, ainda, que irá encaminhar um requerimento ao presidente da ALMG, Tadeu Leite (MDB), para que o Governo de Minas responda sobre os valores acumulados em 2022, 2023 e 2024. A cobrança de Sargento Rodrigues teve o apoio de representantes sindicais da área de Segurança Pública, que também estiveram presentes na reunião.

Além disso, o deputado ventilou a possibilidade de pedir um impeachment de Zema. Ele cita que a legislação prevê a medida em casos de omissão ou retardação de publicação de leis e resoluções do Poder Legislativo ou dos atos do Poder Executivo.

Fonte: O Tempo

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