SEM PAPEL

Ex-presidente da Cohagra foi preso ao receber peças sem procedência na loja dele

Carlos Paiva
Publicado em 31/03/2025 às 22:45Atualizado em 01/04/2025 às 05:22
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Peças que estavam sendo descarregadas na loja de propriedade do Gledston Morelli, cuja procedência não foi comprovada (Foto/Divulgação)

Peças que estavam sendo descarregadas na loja de propriedade do Gledston Morelli, cuja procedência não foi comprovada (Foto/Divulgação)

No sábado (29), o empresário e então presidente da Companhia Habitacional do Vale do Rio Grande (Cohagra), Gledston Morelli da Silva, de 50 anos, conhecido no meio empresarial como “Dê”, foi preso em flagrante delito. Ele é proprietário da empresa Só Faróis e Latarias e Cia. Ltda., localizada na avenida Coronel Joaquim de Oliveira Prata, e foi acusado de receptação de peças de veículos supostamente furtadas.

A prisão ocorreu após uma operação realizada, inicialmente, por policiais militares, que receberam informações do Centro de Operações da Polícia Militar (Copom/190), sobre indivíduos descarregando peças de veículos em um caminhão na rua Bernardo Rossi, no bairro Bom Retiro, nos fundos da empresa Só Faróis e Latarias. Durante patrulhamento tático voltado à prevenção de furtos de veículos, os militares chegaram ao local e visualizaram diversas pessoas retirando peças do interior do caminhão.

Gledston Morelli da Silva, que estava descarregando as peças, apresentou-se como proprietário da empresa Só Faróis e Latarias e alegou ter adquirido a mercadoria por cerca de R$6 mil em Orlândia (SP), na quinta-feira (27). No entanto, ao ser questionado sobre a nota fiscal da mercadoria, ele afirmou que precisaria imprimi-la. Durante a abordagem, Gledston tentou contatar uma funcionária de sua empresa, que informou não ter a nota fiscal do material.

Posteriormente, o empresário realizou ligações para outras pessoas, mas não conseguiu apresentar os documentos fiscais. Em um novo relato, Gledston afirmou que as peças teriam sido compradas em Ribeirão Preto (SP), de uma empresa que intermediava a venda de peças de veículos para descarte, sem qualquer identificação ou numeração.

Diante das inconsistências nas informações fornecidas, a Polícia Civil, por meio do delegado PC Tiago Cruz, responsável pela Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Rurais/5ºDPC, em Uberaba, compareceu ao local junto com a equipe, onde o perito criminal da Polícia Civil constatou que as peças não tinham procedência legal. Entre os itens apreendidos estavam: oito tampas de porta-malas, 57 portas laterais, 14 capôs, um para-choque e 72 para-lamas, todos de veículos diversos. O material foi imediatamente recolhido e o caminhão, com placas com finais 74, foi apreendido e levado para um dos pátios conveniados.

Além das peças, a Polícia Militar apreendeu o celular de Gledston, que havia mantido conversas em códigos com um intermediário “B...” e uma mulher chamada “T...”, responsável por emitir a nota fiscal das peças. Durante as conversas, ficou claro que estavam discutindo como lançar os dados na nota fiscal, o que levantou ainda mais suspeitas sobre a licitude da operação.

Após ser preso, Gledston Morelli foi encaminhado à Delegacia de Plantão da Polícia Civil, onde teve a voz de prisão em flagrante ratificada e foi conduzido à penitenciária de Uberaba. A Justiça arbitrou fiança de mais de R$45 mil, valor que foi pago pelo empresário, que responderá ao processo em liberdade.

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