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Vereadora denuncia rota estendida em 220 km do transporte escolar rural

Para atender escola localizada no Posto Calcário, na BR-050, o trajeto realizado estaria sendo estendido, mas a empresa diz que as rotas são monitoradas por GPS e que o serviço segue em conformidade com as exigências do contrato

Dandara Aveiro
Publicado em 23/06/2025 às 21:22Atualizado em 24/06/2025 às 05:55
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 (Foto/Divulgação)

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O transporte escolar rural de Uberaba voltou a ser alvo de denúncias sobre a prestação do serviço realizado pela empresa Gathi Gestão, Transportes e Serviços Ambientais. A situação foi destacada na coluna FALANDO SÉRIO e levou a vereadora Ellen Miziara (PL) a retomar as cobranças na Câmara Municipal de Uberaba, exigindo respostas sobre a qualidade do atendimento oferecido aos estudantes.

Segundo a parlamentar, uma van estaria percorrendo cerca de 220 quilômetros a mais por dia, o que é mais do que o dobro da quilometragem prevista inicialmente, para a rota de atendimento à Escola Municipal Maria Carolina Mendes, localizada no Calcário, a cerca de 50km da área urbana de Uberaba. “A rota deveria ter aproximadamente 180km diários, mas, segundo informações recebidas, o veículo estaria percorrendo cerca de 400km por dia. Isso fere o erário público e precisa ser apurado”, pontuou.

As críticas, no entanto, não se limitam à extensão do trajeto. Desde o início da atual gestão do contrato, a Câmara dos Vereadores já recebeu diversas reclamações sobre condições precárias da frota, como pneus carecas, falta de ar-condicionado e irregularidades na documentação dos veículos e motoristas, como CNHs sem a devida observação para transporte remunerado. Diante disso, a parlamentar protocolou requerimentos e ofícios cobrando a Secretaria Municipal de Educação (Semed), além de solicitar que representantes da Gathi prestem esclarecimentos na Casa Legislativa.

Na avaliação da parlamentar, o objetivo não é apenas fiscalizar, mas garantir que o serviço público prestado esteja dentro do que prevê o edital. Segundo Ellen, a Prefeitura de Uberaba instaurou um processo sancionatório contra a empresa, o que demonstra que as denúncias têm sido levadas em consideração pela Secretaria de Educação. “Queremos evitar que os alunos fiquem sem aula e, principalmente, preservar a segurança das crianças nas estradas da zona rural”, reforça.

O caso se soma a outros episódios envolvendo o transporte escolar rural, noticiados anteriormente pelo Jornal da Manhã, como falta de combustível, veículos emplacados em outras cidades, descumprimento de rotas e vans em situação irregular. Caso as medidas corretivas não avancem, a vereadora Ellen afirma que levará os questionamentos ao Ministério Público.

Empresa diz que traçados são todos checados por GPS e atende a contrato

Procurada pelo Jornal da Manhã, a Gathi respondeu por meio do representante Thiago Brito. A empresa afirma ter tomado ciência do caso a partir dos questionamentos da vereadora, mas garante que realiza monitoramento ativo e preventivo das rotas, com base em relatórios semanais entregues pelos motoristas. Os dados são cruzados com o sistema de GPS instalado em 100% dos veículos, o que permite checagem detalhada de cada percurso.

Segundo a Gathi, esse controle é feito em conjunto com o Departamento de Transporte, a Secretaria de Desenvolvimento Social (SEDS) e ainda conta com a supervisão direta da chefe do setor. “O acompanhamento é diário, com total transparência. A fiscalização também vem sendo realizada de forma ativa pelo Departamento de Transporte, representado pela sra. Florença Caldeira. A documentação dos veículos e dos motoristas é atualizada diariamente por meio de planilha compartilhada com os responsáveis do departamento”.

Sobre o processo sancionatório mencionado pela vereadora, a empresa diz estar tranquila quanto à apuração, afirmando que tem cumprido as exigências e se mantido à disposição das autoridades. Por fim, a empresa informou que, no dia 18 de junho, foi comunicada por telefone sobre um possível convite para prestar esclarecimentos na Câmara, mas que até o momento não recebeu nenhum documento oficial formalizando o chamado.

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