O ex-presidente Jair Bolsonaro publicou uma foto internado em suas redes sociais na sexta-feira (11) (Foto/Reprodução/X @jairbolsonaro)
Depois de mais de 11 horas, terminou na noite deste domingo (13) a cirurgia do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para desobstrução intestinal. A informação foi dada inicialmente pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, em suas redes sociais. "Cirurgia concluída com sucesso!", escreveu.
"Estou indo agora para a sala de extubação, onde poderei vê-lo", comemorou Michelle.
O procedimento foi realizado no hospital DF Star, em Brasília. A cirurgia começou pouco depois das 10h.
No boletim médico divulgado à imprensa, os médicos destacaram que o procedimento ocorreu "sem intercorrências" e que Bolsonaro "encontra-se na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), estável clinicamente e sem dor".
"O ex-Presidente da República Jair Bolsonaro foi submetido a cirurgia de extensa lise de aderências e reconstrução da parede abdominal. O procedimento de grande porte teve duração de 12 horas, ocorreu sem intercorrências e sem necessidade de transfusão de sangue. A obstrução intestinal era resultante de uma dobra do intestino delgado que dificultava o trânsito intestinal e que foi desfeita durante o procedimento de liberação das aderências. Encontra-se no momento na Unidade de Terapia Intensiva, estável clinicamente, sem dor, recebendo medidas de suporte clínico, nutricional e prevenção de infecções", diz a nota.
O documento foi assinado pelos médicos Cláudio Birolini (chefe da equipe cirúrgica), Leandro Echenique (cardiologista), Ricardo Camarinha (cardiologista), Guilherme Meyer (diretor médico do Hospital DF Star) e Allisson Barcelos Borges (diretor-geral do Hospital DF Star).
Pela manhã, o comunicado do hospital informou que o procedimento realizado em Bolsonaro é chamado de laparotomia exploradora e feito para liberação de aderências intestinais e reconstrução da parede abdominal. A decisão pelo procedimento foi tomada após reavaliação clínico-cirúrgica com novos exames laboratoriais e de imagem que mostraram quadro de subobstrução intestinal.
As aderências são motivadas pelo processo de cicatrização das cirurgias que o ex-presidente fez depois da facada que sofreu na campanha eleitoral de 2018. No caso de Bolsonaro, podem ser entendidas como faixas de tecido que se formaram entre o intestino e outros órgãos, prejudicando a mobilidade.
Primeira-dama já havia informado que cirurgia seria 'longa'
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro informou, na tarde deste domingo (13), que a cirurgia de Jair Bolsonaro seria “longa” pelo quadro de “muitas aderências” abdominais do ex-presidente. Ela se manifestou horas após o início do procedimento, realizado no hospital DF Star, em Brasília.
“Queridos, o meu Instagram, o dos filhos do meu marido e o do Partido Liberal são os únicos canais oficiais com informações verdadeiras sobre o estado de saúde do Jair. A equipe médica nos informou que será uma cirurgia longa, pois ele está com muitas aderências. Assim que possível, compartilharemos o próximo boletim médico”, publicou Michelle em suas redes sociais por volta de 13h.
Bolsonaro informou a aliados que entraria no centro cirúrgico às 8h deste domingo. Por volta de 10h30, o hospital emitiu o primeiro boletim médico confirmando a cirurgia, mas sem citar horário de início ou previsão de final. Segundo a agência AFP, a intervenção não deve terminar antes das 18h.
Bolsonaro passou mal após sentir fortes dores na sexta-feira (11) na cidade de Santa Cruz, no Rio Grande do Norte. No mesmo dia, ele foi transportado de helicóptero para a capital Natal, distante cerca de 122 km. Na noite de sábado (12), Bolsonaro foi transferido para o DF Star, em Brasília.
O médico Leandro Echenique adiantou, no sábado, como seria o procedimento cirúrgico. “É uma cirurgia aberta, que vai corrigir essa parte da obstrução das alças [intestinais]. Vai tirar a tela que ele tem, recolocar, então vai ser feita [a desobstrução]. É uma cirurgia bem extensa. Veja bem, é um abdome que já foi muito manipulado, desde 2018, quando ocorreu a facada”, disse.
Ainda na sexta-feira, o médico Luiz Roberto Fonseca, diretor do Hospital Rio Grande, onde Bolsonaro ficou em Natal, afirmou que o ex-presidente apresentou um quadro de distensão abdominal, em uma condição de semioclusão intestinal. Na prática, o diagnóstico é de obstrução parcial do intestino, dificultando a eliminação de gases e fezes e provocando inchaço e dores.
O médico particular de Bolsonaro, o médico Antonio Luiz Macêdo, chegou a declarar que os sintomas são compatíveis com uma paralisia intestinal, quando o intestino deixa de funcionar de forma temporária e prejudica, inclusive a digestão.
O episódio da facada foi em 6 de setembro de 2018, durante campanha eleitoral em Juiz de Fora (MG). Desde então, o ex-presidente já passou por cerca de seis cirurgias, com algumas relacionadas diretamente às condições da facada.
Fonte: O Tempo