CRIME ORGANIZADO

Operação combate organização criminosa que exterminava rivais para comandar tráfico

Dezesseis mandados de prisão preventiva foram cumpridos. Além disso, duas pessoas foram presas em flagrante por posse e porte irregulares de armas de fogo, sendo os armamentos apreendidos. Os presos serão encaminhados ao sistema prisional, onde ficarão à disposição da Justiça

Publicado em 03/07/2025 às 14:31Atualizado em 03/07/2025 às 14:32
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O nome da operação faz alusão à proteção da vida em latim (Foto/Divulgação)

O nome da operação faz alusão à proteção da vida em latim (Foto/Divulgação)

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e as Polícias Civil e Militar deflagaram na manhã desta quinta-feira (3), a operação “Defensio Vitae” com o objetivo de desarticular uma organização criminosa, ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC) e voltada à prática de homicídios, tráfico de drogas e armas em Prata, no Triângulo Mineiro. Foram cumpridos 36 mandados judiciais, sendo 20 de busca e apreensão e 16 de prisão preventiva.

Duas pessoas foram presas em flagrante, ambas por posse e porte de armas de fogo irregular, sendo os armamentos apreendidos. Os presos serão encaminhados ao sistema prisional, onde ficarão à disposição da Justiça para responder pelos crimes de homicídios, tráfico de drogas, associação para o tráfico, posse e porte irregular de arma de fogo e organização criminosa.

De acordo com o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), as investigações revelaram que o grupo criminoso, ligado ao PCC, praticava o extermínio de traficantes rivais e de pessoas que seriam “inconvenientes” para a organização. Além dos homicídios consumados, os criminosos que integram o grupo são investigados por homicídios tentados, tráfico de drogas e armas.

O grupo, conforme o Gaeco, apresenta organização com divisão de funções desde responsáveis por depósito de armamento, aquisição de munições, executores, mandantes, dentre outros. Além disso, contava com um esquema estruturado para a distribuição de entorpecentes, utilizando pontos de venda estratégicos entre outros mecanismos de atuação criminosa.

Para o MPMG, a operação, com ênfase especial no enfrentamento aos crimes de homicídio,  tráfico de drogas/armas e desarticulação da organização criminosa representa mais um passo importante no combate à criminalidade organizada na região, reforçando o compromisso das forças de segurança com a preservação da ordem pública e a segurança da população da sociedade pratense e mineira.

Prata como ponto estratégico
De acordo com o Gaeco, o fato de o município estar próximo às cidades de Uberlândia e Uberaba, polos regionais em diversos aspectos, inclusive com grandes presídios, atraiu a presença de lideranças do PCC para o Triângulo Mineiro. Isso, conforme as investigações, propiciou o intercâmbio entre criminosos faccionados e/ou simpatizantes.

Outros aspectos observados pelo grupo criminoso para definir Prata como ponto estratégico:   extensão da malha viária com conexão a Uberlândia e aos estados de São Paulo e Goiás. A rota, conforme apurado, é pouco fiscalizada por parte das autoridades, existem poucos radares e postos de pedágio para registro fotográficos, o que, segundo o MPMG, facilita o transporte da droga.

Por fim, o Gaeco destaca a elevada população flutuante decorrente da chegada e partida de trabalhadores rurais durante períodos de safra, os quais ocupam alojamentos comunitários em condições que maximiza a venda de drogas no próprio município, sendo assim, além de um ponto logístico para o transporte e distribuição, também considerado um ponto de consumo para a venda final de substâncias ilícitas.

Ainda de acordo com o MPMG, vários indivíduos vinculados ao PCC não são naturais do município de Prata, fator enfraquecedor das instâncias informais de controle, que os leva a apresentar elevado grau de periculosidade, de agressividade e de desprezo pela vida humana, em face da distância dos familiares e da ausência de laços afetivos.

Instituições que atuaram na operação

Além do Gaeco de Uberlândia, participam da operação a Promotoria de Justiça de Prata, a 9ª Região da Polícia Militar e o 9º Departamento de Polícia Civil. Três promotores de Justiça, 70 policiais militares, 16 policiais civis, além de servidores e colaboradores do Ministério Público estiveram empenhados na ação.

O nome da operação faz alusão à proteção da vida em latim, reforçando o papel dos órgãos de defesa social e do Estado na promoção da segurança pública e combate às organizações criminosas.

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