POLÍCIA

Dona de abrigo de idosos é denunciada pelo MPMG por tortura e maus-tratos

Publicado em 15/10/2020 às 09:03Atualizado em 18/12/2022 às 10:17
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O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou a proprietária de uma Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI) em Taquaraçu de Minas, região Central do Estado, por tortura, maus-tratos e desobediência à ordem judicial. Dois internos com dependência química também foram denunciados por tortura. Eles teriam ajudado a dona da instituição a agredir um abrigado de 51 anos.

Ao todo, a denúncia narra nove episódios de violência, ocorridos entre maio e junho deste ano. Em um deles, uma idosa com sofrimento mental é agredida com tapas pela dona do abrigo e impedida de deitar na cama durante o dia. Em outro, um idoso de 80 anos, com Alzheimer, e outro de 85, com Parkinson e Alzheimer, ficam amarrados na cama durante à noite, sem suporte de cuidadores, até o dia seguinte, com fraldas sujas, sobre roupas de cama molhadas.

A investigação policial apontou ainda que, em outro episódio, um interno de 30 anos, dependente químico, enquanto auxiliava o banho de outros abrigados, foi golpeado nas costas com cabo de rodo pela dona da ILPI. Consta ainda na denúncia, o caso de um idoso com Alzheimer de 74 anos que recebeu tapas no rosto e, após cair, foi golpeado com um andador pela proprietária da instituição.

E um dos casos mais marcantes é o de um idoso de 91 anos, com tumor na área do ouvido e ferimento na orelha. Segundo a denúncia, a dona do abrigo recebeu orientações médicas para cuidar da ferida, mas em vez disso, teria deixado ocorrer miíase na lesão, que é presença de larvas de mosca no local. E para limpar o machucado, a mulher, por conta própria, teria usado água sanitária, cortado parte da orelha do idoso com tesoura e aplicado produto para tratar bicheira em animais.

Além disso, a denúncia narra que a dona da instituição desobedeceu a ordem judicial de 2018 que proibiu um ex-administrador do abrigo de frequentar o local. Em depoimento, uma testemunha teria dito à polícia que o homem - companheiro da proprietária da instituição e denunciado, na época, por maus-tratos - continuava a ir ao local. Na ocasião, a Justiça também proibiu a instituição de acolher pessoas com menos de 60 anos, com sofrimento mental ou com dependência em drogas e álcool.

“A denunciada, em decorrência do desprezo pelas vidas das pessoas que estão acolhidas no local, continua mantendo menores de 60 anos, deficientes mentais e dependentes químicos em um mesmo local, em flagrante desobediência à decisão judicial e à legislação brasileira”, afirmam as promotoras de Justiça Anelisa Cardoso Ribeiro e Luciana Corrêa Crawford, autoras da denúncia.

 

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