Efetivação da venda dos equipamentos da fábrica de amônia não interfere em consolidação do empreendimento por investidor privado, segundo o prefeito Paulo Piau (MDB)
Foto/Arquivo
Prefeito Paulo Piau solicitou ao presidente da Codemig para tentar um novo adiamento do leilão junto à Petrobras
Efetivação da venda dos equipamentos da fábrica de amônia não interfere em consolidação do empreendimento por investidor privado, segundo o prefeito Paulo Piau (MDB). Codemig e Petrobras formaram grupo de trabalho no fim do ano passado para tentar barrar o leilão para a alienação do material destinado à planta de Uberaba, mas até o momento o processo segue normalmente.
Nos bastidores já circulam informações de que o presidente da Codemig, Marco Antônio Castello Branco, teria desistido das articulações para evitar o leilão e declarado que a Petrobras deve dar continuidade à venda dos equipamentos. Piau afirma que já entrou em contato com o dirigente da companhia e os dois concordam que a continuidade do leilão de equipamentos não representa o fim do projeto da fábrica de amônia.
O prefeito ressalta que a análise foi feita após visita técnica ao local e a conferência dos equipamentos deixados na cidade. Segundo ele, a estrutura principal da unidade não está entre os itens colocados à venda. “Realmente, o que está em Uberaba não faz falta para o novo projeto da planta de amônia. Os aparelhos que estavam contratados no exterior e que nem chegaram a vir ao Brasil eram a essência, não o material que está aqui. Então, o leilão aberto pela Petrobras não interfere em nada no projeto da planta, apenas na responsabilidade do governo federal e da Petrobras na confusão que aprontaram na cidade”, argumenta.
Mesmo assim, o prefeito declara que solicitou ao presidente da Codemig para tentar um novo adiamento do leilão junto à Petrobras. PP posiciona que o grupo de trabalho necessita de mais tempo para comprovar a viabilidade da venda integral das ações da unidade para um investidor privado. “O termo de cooperação foi assinado no fim do ano passado e veio o recesso. Tem algumas coisas que ainda precisam ser negociadas e o prazo está em cima, pois o leilão começa no dia 23 deste mês. Por isso, sugeri mais tempo para acabar e fechar a negociação”, acrescenta.
Caso a Petrobras mantenha o cronograma, o chefe do Executivo espera uma intervenção do Judiciário para interromper o leilão e dar tempo para finalizar as articulações. “O projeto da planta de amônia e o gasoduto não morreram”, assegura.
Codemig se cala diante de rumores de desistência de barrar o remate. Codemig não se manifestou quanto aos rumores de desistência de articulações para barrar o leilão de equipamentos da fábrica de amônia em Uberaba. A assessoria de imprensa foi acionada sobre o assunto, mas declarou apenas que não há informações a serem divulgadas pela companhia no momento. A reportagem do Jornal da Manhã ainda questionou se houve recuo do Estado quanto ao projeto de instalação da planta de amônia e do gasoduto no Triângulo Mineiro, mas não obteve resposta.
Em setembro do ano passado, o presidente da Codemig declarou que o compromisso de trazer gás para o Triângulo Mineiro estava firmado e o governo mineiro estava empenhado em buscar outro caminho para viabilizar a produção de fertilizantes na região sem o investimento da Petrobras. A declaração foi feita antes da abertura do leilão dos equipamentos da fábrica de amônia de Uberaba. Por enquanto, o arremate continua previsto para ser realizado nos dias 23, 24 e 25 de janeiro. O prazo para as empresas interessadas se cadastrarem termina hoje.