Antonio Scorza / Agência O Globo
Mandado de segurança concedido pelo desembargador federal Néviton Guedes, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), suspendeu as perícias e investigações de material apreendido no escritório e em estabelecimentos comerciais do advogado Zanone Manuel de Oliveira Júnior, que defende Adélio Bispo de Oliveira, o autor confesso da facada no então candidato à presidência da República Jair Bolsonaro (PSL). A decisão impede a Polícia Federal de usar os dados extraídos do celular do advogado, que estavam sob análise dos agentes na superintendência da PF em Belo Horizonte, no segundo inquérito que investiga o caso. Caso contrário, a investigação como um todo poderá ser anulada judicialmente.
Os agentes da PF analisavam o conteúdo armazenado em nuvem no telefone de Zanone na tentativa de identificar quem bancou a defesa de Adélio. A corporação suspeita que o Primeiro Comando da Capital (PCC) possa ter apadrinhado Adélio ao enxergar no atentado um ato heroico e bancado a defesa do agressor. De início, Adélio foi assistido por dois advogados, incluindo Zanone, cuja cartela de clientes inclui membros da facção criminosa em Minas Gerais.
No fim de dezembro do ano passado, policiais cumpriram mandado de busca e apreensão na casa, no hotel Maison Royal e numa locadora de veículos pertencentes ao advogado, localizados em Contagem, Minas Gerais.
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*Com informações da revista Época