POLÍTICA

Dono da JBS gravou Temer dando aval para comprar silêncio de Eduardo Cunha

Colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, revelou na noite de ontem detalhes de delação premiada acertada pelos donos da JBS e outros executivos

Publicado em 18/05/2017 às 07:11Atualizado em 16/12/2022 às 13:16
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Reprodução

Presidente Michel Temer, por meio de nota, nega acusações e diz que jamais solicitou pagamentos para obter silêncio de Cunha

O presidente Michel Temer foi gravado por um dos donos do grupo J&F, proprietário da marca JBS, falando sobre a compra do silêncio do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A informação foi publicada na noite de ontem pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.

A delação aponta que Temer destacou para resolver uma questão o deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), que posteriormente foi filmado recebendo uma mala com R$500 mil enviados por Joesley Batista, do grupo JBS. O Planalto divulgou nota negando.

Temer ouviu do empresário Joesley Batista, da JBS, que ele estava dando a Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro uma mesada na prisão para que ficassem em silêncio. O presidente disse: "Tem que manter isso, viu?".

O Planalto nega. Diz que Temer "jamais solicitou pagamentos para obter o silêncio" de Cunha e que não participou nem autorizou qualquer movimento com o objetivo de evitar delação ou colaboração com a Justiça.

Joesley e seu irmão Wesley foram ao gabinete do ministro do Supremo Edson Fachin para selar seus acordos de delação premiada.

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) foi gravado pedindo R$2 milhões a Joesley e que a quantia foi entregue a um primo do tucano, em ação filmada pela PF.

A delação, diz O Globo, também menciona o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega como contato com o PT.

Joesley, diz a reportagem, pagou para Cunha R$5 milhões para o ex-presidente da Câmara após a prisão dele, em outubro do ano passado. Esta seria a primeira ocasião em uma ação da PF em busca de provas em flagrante dentro da Lava-Jato. Cunha já foi condenado em primeira instância na Lava-Jato e, mesmo detido, encaminhou, em processos em que é acusado, perguntas a Temer a respeito de pagamentos em campanhas eleitorais.

A JBS esteve na mira de investigações da Polícia Federal em diferentes frentes desde 2016. Na sexta-feira (12), a PF deflagrou operação sobre supostas irregularidades na concessão de empréstimos do BNDES. O juiz responsável, Ricardo Leite, de Brasília, negou um pedido de prisão contra os donos da empresa. Em janeiro, uma operação mirou o grupo ao apurar suspeitas de concessão de créditos pela Caixa Econômica.

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