Acordo pelo acidente de Samarco deve ocorrer até meados do ano e a Prefeitura de Uberaba apresentou ao Governo a proposta, defendida pela Fiemg
Foto/Jairo Chagas
Presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, esteve ontem em Uberaba e falou sobre a proposta ao Jornal da Manhã
Acordo para compensação pelo rompimento de barragem da Samarco pode viabilizar recursos para implantação de gasoduto até o Triângulo Mineiro. A proposta já foi apresentada pelo município ao governo estadual e vem sendo discutida enquanto o acordo com a mineradora não é finalizado.
Em entrevista ao Jornal da Manhã, o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, argumentou que há mais chances de consolidar o gasoduto para o Triângulo com essa estratégia do que depender de outro projeto para viabilizar o ramal do gás. “É muito mais fácil trabalhar o quanto o Triângulo Mineiro é relevante para o desenvolvimento do Estado do que ficar apostando em um projeto só. Quando aposta em um projeto só, está sempre refém daquele projeto e das suas variáveis”, salientou.
Roscoe, inclusive, manifestou que a probabilidade de conseguir um investidor privado para retomar o projeto da fábrica de amônia é muito pequena. “Já se gastou muita energia nessa direção e não apareceu ninguém até hoje, porque acredito que tem alguns problemas estruturais nesse processo”, ponderou.
Em paralelo, o presidente da Fiemg ressaltou que verba para implantar um gasoduto na região Centro-Oeste já foi assegurada entre os investimentos previstos com os recursos do acordo assinado entre o Estado e a Vale para compensar os danos pelo rompimento da barragem em Brumadinho. O projeto sairá de Betim e atenderá as cidades de Sarzedo, Juatuba, Mateus Leme, Igarapé, Itaúna, Divinópolis, São Joaquim de Bicas, São Gonçalo do Pará e Carmo do Cajuru.
Segundo Roscoe, o mesmo pode ser feito agora em relação ao acordo com a Samarco para reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem em Mariana. A expectativa é que acordo seja concretizado em meados de 2022. “A Prefeitura de Uberaba pediu e o governo está sensível a isso para que parte dos investimentos em um possível acordo da Samarco venha para o gasoduto da região”, acrescentou.
Embora no início da gestão o governador Romeu Zema (Novo) tenha descartado a possibilidade de executar o duto com recursos próprios do Estado, o presidente da Fiemg afirmou que as circunstâncias mudaram e surgiram outras oportunidades de custear o projeto. Ele também defendeu que os recursos oriundos do acordo não seriam, em tese, recursos do caixa do Estado. “Um acordo de compensação não é um recurso público”, disse.
Outra possibilidade, conforme Roscoe, seria um processo de privatização da Gasmig em que fosse prevista como contrapartida a expansão da rede de gás no Estado. Elisa acredita que recursos do acordo contemplará projeto
A prefeita Elisa Araújo (Solidariedade) acredita que gasoduto do Triângulo Mineiro deve ser contemplado entre os investimentos que receberão recursos oriundos do acordo referente à compensação pelo rompimento da barragem em Mariana.
Segundo a chefe do Executivo, o Estado busca atender também com o acordo projetos voltados ao desenvolvimento econômico e Uberaba tem um papel importante na geração de emprego e renda em Minas Gerais, o que vem sendo apresentado desde o início do mandato. “Não perdi tempo. Quem chega primeiro bebe água limpa”, disse.
A prefeita ainda manifesta que há um interesse do governo estadual pelo desenvolvimento de Uberaba e o município tem potencial de receber o ramal do gás. Por isso, ela afirma que o governo mineiro está aberto a atender a demanda.
“Uberaba é uma cidade com potencial de receber o gasoduto. Todos os estudos apontam para iss pela logística, pelo pátio industrial e tudo que nós temos aqui de referência. Com certeza, o Estado estará conosco nessa atração de investimentos para a realização do gasoduto”, finaliza.