POLÍTICA

Vereadores questionam credibilidade de dados em indicadores da pandemia; novo decreto deve sair na sexta

Ainda sem mudanças, as regras de enfrentamento à pandemia devem ser mantidas até dia 13, ou até a nova publicação

Gisele Barcelos
Publicado em 10/06/2021 às 06:31Atualizado em 18/12/2022 às 13:48
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Prefeita Elisa Araújo durante a reunião com o comitê técnico e os vereadores, na noite de terça-feira

Novo decreto com parâmetros para definir sobre a flexibilização ou o endurecimento de restrições em Uberaba deve ser publicado nesta sexta-feira (11). A previsão foi confirmada pelo governo municipal ontem, posicionando que propostas apresentadas pelos vereadores estão sendo analisadas para a redação final do texto.

Por enquanto, ainda não houve mudança de imediato nas medidas sanitárias em vigor na cidade. As regras de enfrentamento à pandemia devem ser mantidas até 13 de junho ou até que a Prefeitura publique o novo decreto com alterações no parâmetro para definição sobre o endurecimento ou a flexibilização de restrições em Uberaba.

A proposta da Prefeitura é utilizar uma fórmula matemática com base na avaliação da taxa de positividade da testagem para Covid-19, da taxa de incidência e do índice de ocupação de leitos de UTI e de enfermagem. Com base no resultado, Uberaba seria enquadrada em uma fase com menos ou mais restrições para conter a transmissão do vírus.

Pela metodologia, cada um dos indicadores seria primeiro avaliado individualmente e teria uma pontuação de um a três, dependendo da gravidade na semana. Em seguida, seria feita a média entre os quatro fatores para análise do cenário.

Se o resultado final ficar no patamar até 1,5, o município estaria na fase verde e com a pandemia controlada e o caminho seria maior flexibilização no município. Entre 1,5 a 2,5, seria a fase amarela e de alerta com um nível médio de restrições. Já acima de 2,5, entra a fase vermelha, a mais crítica e diretriz para o maior endurecimento das regras para conter a pandemia de Covid-19.

Na reunião com os vereadores, a Prefeitura não especificou quais seriam as medidas previstas em cada um dos três cenários. Ainda não está confirmado se o regulamento em cada uma das fases será divulgado com antecedência ou se as regras serão definidas à medida que a avaliação semanal for feita. Legisladores questionam credibilidade dos dados constantes nos indicadores

Inclusão de mais parâmetros para definir as medidas de combate à pandemia foi considerada positiva por vereadores, mas não eliminou questionamentos sobre a credibilidade dos dados utilizados nos cálculos dos indicadores. Parlamentares citaram o número baixo de testes de Covid-19 feitos em Uberaba e, também, o atraso nas informações sobre ocupação de leitos hospitalares.

Para o vereador Tulio Micheli (PSL), os próprios integrantes do governo municipal e do comitê técnico confirmaram que existe uma limitação da capacidade do sistema de saúde em detectar a ocorrência de novos casos e óbitos em Uberaba. Com isso, as informações utilizadas para compor os indicadores que baseiam a tomada de decisões podem não ser reais. “Como atrelar isso à restrição de abertura e fechamento de atividades, sendo que os números podem ser equivocados?”, argumenta.

O parlamentar cita, inclusive, que a taxa de ocupação de leitos apresentava uma defasagem e os dados considerados para os cálculos eram referentes aos leitos disponíveis da semana passada. “Estamos há semanas colapsados. Não dá para fingir mais. Não tem leito de UTI Covid e não Covid”, disse.

Micheli ainda contestou os números sobre a testagem no município. Segundo ele, o boletim epidemiológico aponta um número alto de pacientes que comparecem às unidades de Saúde com sintomas de síndrome gripal e são dispensados sem serem testados. Na terça-feira (8), 600 pessoas buscaram atendimento, mas apenas 246 foram testadas. “Eu vi uma preocupação muito maior do governo em equilibrar os números do que de fato conter o avanço da doença”, alega.

A baixa testagem também foi citada pela vereadora Rochelle Gutierrez (PP). Segundo ela, Delta está testando cerca de 250 a 300 pessoas por semana, contra um montante de 1.000 a 1.500 pessoas em Uberaba. “Fico preocupada com quem volta para casa sem o teste, porque pode contaminar mais pessoas”, pondera.

A parlamentar afirma que a Prefeitura manifestou aos vereadores que um protocolo de testagem será elaborado para dar mais clareza sobre os critérios de aplicação dos testes.

Além disso, Rochelle afirma que uma cobrança foi feita para um trabalho integrado com outras forças de Segurança para aumentar a fiscalização na cidade e exigir o cumprimento das regras sanitárias.

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