André Santos/PMU
De acordo com o secretário de Saúde, Uberaba está com leitos ociosos devido ao plano de contingenciamento
Estado liberou mais 216 leitos de UTI no interior de Minas Gerais para o enfrentamento ao coronavírus, mas Uberaba não entrou na lista de cidades atendidas com a medida. Na região, os novos leitos contemplam os municípios de Uberlândia e Patrocínio. Além disso, Caratinga, Divinópolis, Governador Valadares, Juiz de Fora, Lavras, Leopoldina, Monte Carmelo, Passos, São João del-Rei e Teófilo Otoni também foram beneficiados.
De acordo com o secretário municipal de Saúde, Iraci Neto, a priorização de Uberlândia para receber os leitos do Estado é normal, pois a cidade vizinha está em situação mais complicada no combate à Covid-19. “O que Uberlândia passa é diferente do que Uberaba está vivendo. Eles estão numa situação preocupante, pois estão há duas semanas com uma taxa de ocupação de leitos de 85% a 95%. Quando chega a esse índice, não tem mais leitos. Se ocorrer algum acidente de carro ou ocorrência de urgência, não tem onde colocar o paciente. É um quadro de colapso dos leitos”, analisa.
Em contraposição, Iraci declara que Uberaba permanece com uma taxa de ocupação baixa e parte de leitos de UTI na cidade ainda está ociosa devido ao plano de contingenciamento realizado no início da pandemia. Além disso, ele posiciona que o índice de crescimento no número de casos confirmados também é baixo no município, em torno de 3% a 5% por dia. “Temos pedido de habilitação para novos leitos, mas sabemos que toda decisão superior é com base no cenário de risco de cada cidade”, pondera.
No entanto, o titular da Saúde ressalta que Uberaba ainda espera mais suporte do Estado para reforçar as ações de enfrentamento à doença. “Estamos há 90 dias nos preparando e vamos nos preparar ainda mais até essa guerra cessar. Esperamos dos entes maiores a chegada de investimentos, seja por meio de equipamentos ou recursos financeiros. Precisa realmente de um olhar mais especial, principalmente do Estado. Da União têm chegado recursos, mas o Estado nos deve uma atenção mais especial neste momento”, salienta.
Iraci argumenta que as medidas para estruturar a rede pública de saúde estão representando um grande impacto para os cofres municipais, pois o preço dos materiais aumentou devido à alta demanda por alguns itens. “Um pacote de máscaras que era de R$15 a R$20 agora está custando 100 vezes mais”, revela.
Cerca de R$ 28 milhões já foram aplicados no enfrentamento ao coronavírus na cidade
De acordo com o secretário municipal de Saúde, Iraci Neto, cerca de R$28 milhões já foram aplicados para a contratação de pessoal e compra de insumos e equipamentos para assegurar a retaguarda hospitalar para o tratamento de pacientes com suspeita de Covid-19. Do montante, R$13 milhões foram do caixa do município e R$15 milhões em recursos oriundos do governo federal.
Sem surpresa. Apesar do total de casos confirmados de coronavírus ter saltado de 140 para 187 na última semana, o secretário afirma que a evolução da doença na cidade ainda está dentro da projeção esperada pela equipe técnica.