POLÍCIA

Operação apreende R$ 106 mil e investiga crimes de exploração sexual contra travestis e transexuais

Gustavo Lemos
Publicado em 08/11/2021 às 11:34Atualizado em 19/12/2022 às 01:11
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Gaeco Uberlândia deflagrou na manhã desta segunda-feira (8), em conjunto com a 18ª Promotoria de Justiça de Uberlândia, a Operação Libertas. Foram cumpridos três mandados de prisão e de 11 mandados judiciais de busca e apreensão, todos na cidade de Uberlândia, no Triângulo Mineiro.

Os crimes em apuração são de associação criminosa, exploração sexual, manutenção de casa de prostituição, roubo, lesão corporal, homicídio (tentado e consumado), constrangimento ilegal, ameaça, posse e porte de arma de fogo. As apurações realizadas mostraram a existência de uma associação criminosa com base na cidade de Uberlândia, voltada para o domínio de exploração sexual contra travestis e transexuais na cidade e região, podendo utilizar de graves ameaças e lesões corporais contra quem tentar praticar a prostituição de forma independente no grupo criminoso.

Investigações comprovaram que o consórcio criminoso explora uma grande rede de prostituição envolvendo travestis e transexuais nesta região, assim como também financia procedimentos estéticos realizados clandestinamente e de forma absolutamente ilegal. As vítimas do esquema são obrigadas a pagar diárias para utilizar “pontos de prostituição” explorados pelo grupo, bem como para utilizar as instalações mantidas pelos investigados, assumindo dívidas cada vez mais crescentes com os líderes da associação criminosa. Existem relatos, inclusive, de vítima que foi coagida a se prostituir mesmo estando doente, como forma de quitar seus débitos, gerando frutos financeiros ao consórcio criminoso. A exploração financeira da prostituição de travestis e transexuais é exercida pelo bando sempre com uso de violência e graves ameaças, sendo que em alguns casos, a partir de oitivas realizadas pelo Ministério Público de Minas Gerais, existem suspeitas até de homicídios consumados e tentados envolvendo os investigados.

Durante a investigação também foi verificada a exploração financeira desses travestis e transexuais por meio da implantação de silicone industrial, prática criminosa e altamente perigosa, realizada em locais inapropriados e por pessoas absolutamente inabilitadas, existindo também suspeitas de mortes que ocorreram em decorrência desses procedimentos ilegais capitaneados pelo grupo investigado. O caso continua em andamento, conduzido pelo Ministério Público de Minas Gerais.

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