POLÍCIA

Grávida sequestrada por facção é torturada enquanto aguarda julgamento

Publicado em 18/08/2020 às 09:50Atualizado em 18/12/2022 às 08:50
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Uma jovem de 23 anos foi sequestrada por uma facção criminosa e mantida em cárcere privado por quase uma semana. A moça, que está grávida, foi resgatada nesta segunda-feira (17), após diversas diligências da Polícia Militar. A busca começou na sexta-feira (14), quando a polícia tomou conhecimento do desaparecimento da vítima, que aconteceu na terça (11). 

Buscas

Na sexta (14), durante patrulhamento, a PM recebeu informações de que os indivíduos pertencentes a uma facção criminosa estariam reunidos no bairro Alvorada na casa de um deles. A equipe se deslocou até lá, onde estavam quatro homens. Autorizados pelo proprietário, os policiais verificaram o local e encontraram apenas um cigarro de maconha em posse de um dos indivíduos. 

Depois, a PM se deslocou para o endereço de um dos presentes, no bairro Vila Esperança e lá não havia ninguém, mas vizinhos afirmaram que viram uma movimentação estranha em dias anteriores. Contaram que antes da chegada da polícia, duas mulheres, sendo uma delas a esposa do proprietário da casa, e alguns homens saíram do local e entraram em um carro. O dono da residência disse que não sabia da movimentação e que era fofoca de vizinho. 

Contudo, a polícia achou estranho o “sumiço” da esposa deste homem e se deslocou até a casa da mãe dela. A senhora, então, contou que a jovem, de 23 anos, estava desaparecida desde terça-feira e que ela estava cuidando dos netos. 

Após este fato, o marido mudou o discurso e afirmou que a esposa estava na casa da outra mulher, com quem havia sido vista saindo da casa. A PM seguiu com as diligências e no terceiro lugar havia um casal. Nesta outra casa foram encontrados aparelhos celulares, que colaboraram com os desdobramentos da ocorrência. 

Nas mensagens de um dos celulares foi visto que a mulher desaparecida estava sob poder de membros da facção para ser julgada no chamado Tribunal do Crime por desavença. Ainda nas conversas apontava que ela estava em uma residência do bairro Vila Esperança, possivelmente o local da segunda abordagem. 

Reaparecimento 

Na segunda-feira (17), a mulher apareceu na casa da mãe e apresentava lesões em diversas partes do corpo, além de dificuldade para se locomover. Segundo o boletim de ocorrência, ela estava muito assustada e, com medo de retaliação, tentou negar ter sido raptada. 

O sequestro foi ordenado pelo chefe da facção e executado pelos demais autores qualificados no registro policial. Foi descoberto que na primeira reunião, no bairro Alvorada, estava ocorrendo o julgamento e que marido da vítima e o cunhado estavam fazendo o papel de advogados. 

A principal autora da tortura é a outra mulher que estava envolvida, segundo a PM. O motivo do julgamento é que a vítima estava sendo acusada de vender móveis de uma casa que pertence a parentes de membro da facção e que não tinha dinheiro para repor. 

Os membros da quadrilha que estavam julgando a vítima fugiram após a primeira batida da polícia. Eles abandonaram o cativeiro e foram para a cidade de Uberlândia, onde levaram a vítima para uma fazenda próxima. Neste outro local foram realizadas várias vídeo conferências com membros da facção e eles decidiram liberá-la, pois a polícia estava ciente das ações e dos envolvidos. Eles a trouxeram de volta e, na madrugada de segunda, a abandonaram na avenida Deputado José Marcus Cherem; de lá ela seguiu para a casa da mãe. 

Diante dos fatos foi dada voz de prisão aos autores. 

Ligado ao caso do policial penal

As informações levantadas pela equipe policial nessa ocorrência, junto com os dados verificados nos celulares apreendidos, que continham detalhes das ações da organização criminosa, mostram que a quadrilha tem ligação com outro caso. Segundo o registro policial, foi constatado que os membros dessa facção criminosa estão envolvidos também no atentado contra o policial penal, no mês passado, no bairro Elza Amui, situação em que dois autores foram mortos.

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